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Abstract
Um dos argumentos mais utilizados pelo governo federal para justificar a necessidade da reforma do ensino médio consiste que a partir dela, a educação estaria mais voltada à vida dos estudantes. Esse argumento está pautado na medida em que se diminuiu a carga horária comum a todos os jovens e possibilitou a escolha dos “itinerários formativos” de acordo com os seus interesses e pretensões. No entanto, conforme diferentes pesquisadores do campo da educação vêm demonstrando, essa reforma segue políticas e diretrizes neoliberais. Nesse sentido, o objetivo do presente texto consiste em mostrar que se o “novo” ensino médio serve mais à vida, a concepção de vida adotada é da lógica neoliberal. Assim, busca-se contrapor a uma educação que serve à vida a partir da filosofia de Friedrich Nietzsche, principalmente do discurso de Zaratustra “Das três transmutações do espírito”. A partir de uma metodologia bibliográfica, de uma análise da legislação referente à reforma e de uma crítica-imanente da filosofia nietzschiana, pretende-se mostrar que, diferentemente da concepção da reforma, a educação pensada a partir de Nietzsche não serve à vida partindo de uma concepção pré-estabelecida de vida, mas serve ao levar os estudantes a estabelecerem os seus próprios valores e o seu próprio significado de vida.