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Abstract
O objetivo deste artigo é analisar a socioeducação como dispositivo de poder disciplinar. Para cumprir seu intento, foi preciso analisar as histórias de vida de um ex-interno do Sistema Socioeducativo da região sudeste do Brasil, considerando a medida socioeducativa de internação. O estudo de cunho qualitativo adotou o método biográfico com um sujeito do sexo masculino. Na operacionalização da fase produção de dados realizaram-se encontros e conversas que oportunizaram entrevistas em profundidade. As histórias relatadas foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo, criando duas categorias a posteriori. Conclui-se que a socioeducação é um dispositivo, pois inscreve-se num jogo de poder, articula estratégias de relações de forças e produz um discurso que estabelece regras de conduta para gerir a vida dos socioeducandos. A socioeducação desvela-se como um dispositivo que faz circular por inteiro o poder disciplinar, que se expressa por meio de elementos/instrumentos, como a sanção normalizadora, a disciplina, o quadriculamento, o exame, a vigilância, o olhar hierárquico e o saber gerado sobre o indivíduo, por exemplo. Os espaços socioeducativos são vigiados em sua totalidade, assim, o socioeducando é inserido meticulosamente para ser localizado, controlado, examinado, distribuído, dócil e útil.