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Abstract
Nas primeiras décadas do século XIX, acordos bilaterais propostos pela Grã-Bretanha levaram à proibição do comércio de escravizados em diversos territórios do mundo atlântico. Nesses processos, emergiram novas categorias de trabalhadores que, muitas vezes, tinham em comum experiências de trabalho teoricamente livres, mas que, na prática, representavam novas formas de exploração e controle da “mão de obra africana”. Meu objetivo, neste artigo, é examinar as trajetórias desses trabalhadores no Senegal, então possessão colonial francesa na costa ocidental africana, onde o tráfico foi proibido em 1818. Conhecidos ali como engagés à temps, eles incluíam tanto os escravizados recuperados no comércio negreiro ilegal, como aqueles que fossem “resgatados” ou adquiridos fora do Senegal e alforriados depois de um longo “aprendizado da liberdade”, em que deviam trabalhar por um período determinado. Conectando percursos de contratados e contratadores (os engagistes), busco compreender diferentes significados conferidos à escravidão e à liberdade expressos por homens, mulheres e crianças.