{"title":"Os Cuidados Paliativos no Ensino Médico Pré-Graduado: Perspectivas dos Estudantes Finalistas De Medicina e dos Internos de Formação Geral","authors":"Pedro Frazão, Paulo Reis-Pina","doi":"10.24950/o/166/20/1/2021","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Em Portugal, o envelhecimento populacional e a elevada prevalência de doenças crónicas justificam o investimento na educação dos profissionais de saúde em cuidados paliativos (CP). Este estudo teve como objectivo principal avaliar o ensino pré-graduado de CP e o seu contributo para a profissão médica, na percepção dos alunos do curso de Medicina e dos internos recém-formados. \nMaterial e Métodos: Estudo qualitativo, com questionário electrónico e tratamento descritivo dos dados, cujos participantes foram alunos finalistas das Escolas Médicas de Portugal e médicos internos de formação geral. \nResultados: Dos 221 participantes (61% estudantes), a maioria teve aulas de CP, com duração <8 horas. Os inquiridos consideraram pertinente a disciplina de CP na educação médica, mas esta deveria ter maior carga horária e deveria conceder os conhecimentos necessários para qualquer médico generalista. Deveria existir mais ensino sobre os sintomas dos doentes terminais, os sinais físicos de morte iminente e a comunicação de más notícias. Os inquiridos revelaram um bom conhecimento sobre a filosofia dos CP e sentiam-se familiarizados com os principais conceitos dos CP. Os estudantes não tinham acesso a um ambiente prático, especializado em CP. \nConclusão: Em Portugal, embora o ensino pré-graduado em CP seja insuficiente, tem tido um efeito positivo, com elevados conhecimentos teóricos, mas com pouca prática em CP. As Escolas Médicas devem investir mais no ensino pré-graduado de CP, através do currículo obrigatório e da prática regular (contacto clínico), capacitando os estudantes para uma relação, empática e compassiva, entre o médico e o doente em CP.","PeriodicalId":32856,"journal":{"name":"Medicina Interna","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Medicina Interna","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24950/o/166/20/1/2021","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Em Portugal, o envelhecimento populacional e a elevada prevalência de doenças crónicas justificam o investimento na educação dos profissionais de saúde em cuidados paliativos (CP). Este estudo teve como objectivo principal avaliar o ensino pré-graduado de CP e o seu contributo para a profissão médica, na percepção dos alunos do curso de Medicina e dos internos recém-formados.
Material e Métodos: Estudo qualitativo, com questionário electrónico e tratamento descritivo dos dados, cujos participantes foram alunos finalistas das Escolas Médicas de Portugal e médicos internos de formação geral.
Resultados: Dos 221 participantes (61% estudantes), a maioria teve aulas de CP, com duração <8 horas. Os inquiridos consideraram pertinente a disciplina de CP na educação médica, mas esta deveria ter maior carga horária e deveria conceder os conhecimentos necessários para qualquer médico generalista. Deveria existir mais ensino sobre os sintomas dos doentes terminais, os sinais físicos de morte iminente e a comunicação de más notícias. Os inquiridos revelaram um bom conhecimento sobre a filosofia dos CP e sentiam-se familiarizados com os principais conceitos dos CP. Os estudantes não tinham acesso a um ambiente prático, especializado em CP.
Conclusão: Em Portugal, embora o ensino pré-graduado em CP seja insuficiente, tem tido um efeito positivo, com elevados conhecimentos teóricos, mas com pouca prática em CP. As Escolas Médicas devem investir mais no ensino pré-graduado de CP, através do currículo obrigatório e da prática regular (contacto clínico), capacitando os estudantes para uma relação, empática e compassiva, entre o médico e o doente em CP.