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Abstract
Neste artigo, assumimos o objetivo de contribuir para uma discussão social sobre a representação metafórica da dinâmica de contaminação, contágio e letalidade do vírus SARS-CoV-2, nos primeiros meses da pandemia. Para isso, nos propomos a analisar o processo de conceptualização subjacente a metáforas visuais e multimodais que referenciam o vírus, a doença e o fenômeno da pandemia. A análise focaliza um conjunto de textos de natureza visual e multimodal, constitutivamente metafórico, constituído coletivamente, por estudantes de um Curso de Letras, em uma atividade que buscava refletir criticamente sobre o papel da metáfora na construção da narrativa social sobre a pandemia do coronavírus em 2020. Articulando construtos teóricos que visam à compreensão do fenômeno da metáfora em uma perspectiva linguístico cognitiva (domínios conceptuais, metáfora visual, metáfora multimodal) e associando princípios da Gramática do Design Visual (metafunção composicional), a análise dedica-se à interpretação do processo de conceptualização metafórica implicado na discursivização da crise sanitária, bem como à explicitação de efeitos de sentido projetados pelas práticas discursivas em estudo. Além da atualização recursiva de metáforas conceptuais como DOENÇA É VIAGEM e DOENÇA É GUERRA, a análise de dados revela que a experiência social da pandemia é construída também pela personificação do coronavírus, pela conceptualização do contágio como uma reação em cadeia causada pela ação humana, pela projeção de líderes do governo em personagens ficcionais conhecidos pela infantilidade e pela metaforização do povo brasileiro como cego e festivo.
Palavras-chave: Metaforização; Conceptualização; COVID-19.