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Abstract
A obra de Nelson Rodrigues gira em torno de alguns temas centrais, como amor e morte, sexo e traição, violência e transgressão que, desgastados no cenário teatral europeu e brasileiro, frequentemente apagam seu caráter de originalidade. Contudo, talvez não seja pelo conteúdo, mas pela forma, que o dramaturgo atinja a sua maior inovação. Isso, porque traz ao palco uma tragédia que, ao mesmo tempo em que rejeita seu modelo fundador, rejeita também a tragédia produzida entre os anos de 1880 a 1950, com raras exceções (a exemplo de Brecht, Hauptmann e Pirandello), ainda presa aos preceitos clássicos de objetividade, realidade e verossimilhança, senão nos temas, ao menos na estruturação formal dos conteúdos. Nesse sentido, pretendo identificar, em Vestido de noiva, elementos que afastam a peça rodrigueana do modelo de tragédia tradicional, e instauram uma nova mîse en cène no teatro brasileiro, liberta da prisão formal que representou durante tanto tempo o desejo do real.