O Discurso da revista The Economist e sua tese sobre a improdutividade brasileira: uma análise dialógica

Angela Maria Rubel Fanini, Erike Luiz Vieira Feitosa
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Abstract

Este artigo consiste em uma análise dialógica do discurso (ADD) de viés bakhtiniano que tem por objeto uma reportagem publicada pela revista britânica The Economist em 2014 sobre a suposta improdutividade do trabalhador brasileiro. O estudo apresenta conceitos e princípios epistemológicos que fundamentam a abordagem teórico-metodológica e possibilitam a investigação do posicionamento axiológico da revista. Identifica que, orientada pelas premissas macroeconômicas da ideologia neoliberal, a publicação recorre a um estereótipo de longa duração que corresponde à imagem do brasileiro culturalmente preguiçoso, ideia utilizada para justificar a defesa de que o país precisava, naquele momento, reaproximar-se, política e economicamente, do neoliberalismo, abandonando a heterodoxia keynesiana. Aponta que a revista oblitera as consequências sociais da racionalidade econômica-expansionista e reifica o trabalhador brasileiro, tratando a sua produtividade no trabalho, considerada baixa, como uma questão patológica, sendo a prescrição de medidas liberalizantes a cura para a doença do país e do trabalhador. O artigo conclui que esse discurso interfere na constituição de uma consciência de si dos brasileiros.Palavras-chave: Neoliberalismo e keynesianismo. Trabalhador brasileiro. Trabalhador improdutivo. Análise dialógica de discursos jornalísticos.
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