F. Vizeu, Kamille Ramos Torres, Luan Matheus Pedrozo Kolachnek
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Abstract
A revisão sistemática de literatura, bem como outros procederes similares de levantamento bibliográfico, tem sido amplamente utilizada como ferramenta pretensamente capaz de viabilizar uma acurada varredura sobre como determinado tema é tratado no campo acadêmico-científico. Tais metodologias se valem da atual estrutura digital de publicidade da literatura acadêmica, onde algoritmos e ferramentas de busca em bases de dados permitem que se acesse milhares de textos, bem como se filtre o que seriam amostras representativas do que se convencionou como o ‘estado da arte’. Contudo, assumindo um viés quantitativo e um objetivismo reducionista, tais procederes desconsideram importantes aspectos qualitativos da comunicação acadêmica, especialmente em campos tão paradigmaticamente plurais como o da Administração. Isto posto, este texto objetiva discutir tais ferramentas, por meio da crítica epistemológica. Nosso principal argumento é o de que tais procederes se originaram em campos onde a visão de ciência e do texto acadêmico é positivista e fundada em um cânone homogêneo, o que justifica a pretensão de cobertura da convergência do pensamento científico nos campos originais das metodologias. Todavia, se considerarmos a polissemia e a diversidade epistemológica da pesquisa em Administração, a intenção revisional dessas metodologias torna-se incompleta e/ou limitada, já que os elementos de convergência/divergência do pensamento são de ordem argumentativa. Por isso, pleiteamos um proceder qualitativo para a sistematização da literatura de referência.