Carla Mirelle de Oliveira Matos Lisboa, Rony Ron-Ren
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Abstract
À luz das contribuições teórico-metodológicas da Análise da Conversa, este artigo analisa dois episódios de arranjos de encontros futuros entre voluntários/as de uma ONG que presta assistência a pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social e assistidos/as. No primeiro, combinações para retorno à terra natal mostraram-se malsucedidas, mas orientaram modificações de ações dos/as voluntários/as no segundo episódio, bem-sucedido em arranjos para encaminhamento a atendimento psiquiátrico. Os objetivos do artigo são, primeiro, identificar que procedimentos podem contribuir para a não detecção de entendimentos que mais tarde se mostram divergentes e, segundo, discutir contribuições dessa experiência colaborativa nas abordagens de voluntários/as. Os resultados indicam que o uso de perguntas polares por parte dos/as voluntários/as não torna relevante respostas que evidenciem explicitamente o entendimento dos/as assistidos/as sobre os arranjos. Perguntas QU-, por sua vez, oportunizam a demonstração de entendimento das pessoas atendidas e podem ser localmente reparáveis, se necessário. Ademais, os resultados encontrados puderam promover não só o aprimoramento de abordagens sociais prestadas pela ONG como também implicaram entendimento, reflexão e aprimoramento de atendimentos semelhantes futuros.
Palavras-chave: Fala-em-interação; Trabalho Voluntário; Pessoa em Situação de Rua.