Patricia Von Münchow, Daniela Nienkötter Sardá, Guilherme Soares dos Santos
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Abstract
Este artigo trata da construção do “Si” e do “Outro” europeu nos capítulos que abordam a Primeira Guerra Mundial, em onze livros didáticos recentes de história franceses e alemães. No âmbito da “análise do discurso contrastiva”, e embasando o estudo em um inventário de procedimentos discursivos (explícitos ou não), mostra-se que os livros franceses se esforçam em construir um Si europeu apagando os beligerantes do discurso, mas sem consegui-lo totalmente, e que o Outro — sempre alemão — surge regularmente e é então construído como o único ator da guerra. O Si nos livros didáticos alemães é, ainda que não explicitamente, a Alemanha: a construção de uma comunidade nacional efetua-se inteiramente no não dito e, assim, na evidência. Ela é contrabalançada por um esforço constante de mudança de perspectiva, na qual o aluno deve aprender a colocar-se no lugar do Outro, que é, no caso, o não alemão.