{"title":"RESSONÂNCIA E REINVENÇÃO: DEBATE E PRÁTICA URBANA ANTES DA REVOLUÇÃO PORTUGUESA","authors":"Rute Figueiredo, Rui Seco","doi":"10.12795/ppa.2022.i27.04","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nos anos sessenta do século xx, as redes impressas de disseminação arquitectónica ampliavam a escala de interacção e conectavam geografias distantes, proporcionando contacto com novas ideias de organização do território e do habitat, numa sociedade em rápida mudança, sob pressão demográfica e territorial, e com um imaginário graficamente contaminado pela evolução tecnológica. Em contraste, a resposta ao problema de escassez de habitação em Portugal era marcada por paisagens “pessimistas”, em territórios sujeitos a um não‑planeamento. Este artigo procura compreender até que ponto a ressonância dos conteúdos e do debate crítico internacional, amplamente mediatizados pelos periódicos especializados, se projectou na investigação de modelos habitacionais, nas formas de representação e na reinvenção das práticas do planeamento urbano em Portugal, no final da década de sessenta. A partir da análise qualitativa de textos, conteúdos e imagens publicados nas revistas Arquitectura e Binário, e da documentação de arquivo original do caso concreto do Plano Integrado de Almada —momento primeiro de experimentação—, verifica-se a influência desta perspectiva crítica ampliada na procura e definição de soluções, notória no modo como a concepção arquitectónica se foca nos sistemas geradores e de agregação, visando a flexibilidade e adaptabilidade, em lugar das anteriores preocupações com a composição formal.","PeriodicalId":52067,"journal":{"name":"Proyecto Progreso Arquitectura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.4000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Proyecto Progreso Arquitectura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12795/ppa.2022.i27.04","RegionNum":4,"RegionCategory":"艺术学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ARCHITECTURE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Nos anos sessenta do século xx, as redes impressas de disseminação arquitectónica ampliavam a escala de interacção e conectavam geografias distantes, proporcionando contacto com novas ideias de organização do território e do habitat, numa sociedade em rápida mudança, sob pressão demográfica e territorial, e com um imaginário graficamente contaminado pela evolução tecnológica. Em contraste, a resposta ao problema de escassez de habitação em Portugal era marcada por paisagens “pessimistas”, em territórios sujeitos a um não‑planeamento. Este artigo procura compreender até que ponto a ressonância dos conteúdos e do debate crítico internacional, amplamente mediatizados pelos periódicos especializados, se projectou na investigação de modelos habitacionais, nas formas de representação e na reinvenção das práticas do planeamento urbano em Portugal, no final da década de sessenta. A partir da análise qualitativa de textos, conteúdos e imagens publicados nas revistas Arquitectura e Binário, e da documentação de arquivo original do caso concreto do Plano Integrado de Almada —momento primeiro de experimentação—, verifica-se a influência desta perspectiva crítica ampliada na procura e definição de soluções, notória no modo como a concepção arquitectónica se foca nos sistemas geradores e de agregação, visando a flexibilidade e adaptabilidade, em lugar das anteriores preocupações com a composição formal.