{"title":"A EXPERIÊNCIA WALDEN 7: A HABITAÇÃO COLETIVA COMO PLURALIZAÇÃO DO NÃO CONVENCIONAL","authors":"Tiago Lopes Dias","doi":"10.12795/ppa.2022.i27.05","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Walden 7 (1970-75) é um edifício de habitação coletiva que persiste como exemplo singular do que podia ter sido uma Cidade no Espaço, investigação conduzida ao longo dos anos 1960 por Ricardo Bofill e uma equipa de arquitetos, artistas, engenheiros, matemáticos, escritores e poetas. Amplamente debatido e analisado na imprensa genérica e especializada, o Walden 7 tende a ser visto como uma experiência utópica que remete para uma forma de vida em sociedade paradigmática daquele tempo. No entanto, o contexto social e cultural mais próximo —a Barcelona que viu (e permitiu) o nascer da obra— não foi ainda suficientemente explorado. É nosso propósito demonstrar que a conceção dos espaços interiores, embora corresponda a um modelo social que começava a encontrar aceitação, é o reflexo de um estilo de vida não convencional que uma elite de Barcelona já praticava. Após um resumo dos princípios da Cidade no Espaço, o artigo procura esclarecer em que medida o livro Walden Two é influente na conceção de um modelo social alternativo, e até que ponto a informalidade já se manifestava na organização dos interiores de pequenas obras coetâneas do Walden 7. Ambos aspetos são retomados na leitura das células do edifício, que procura enfatizar as estratégias espaciais destinadas a um uso individualista, mas festivo e hedonista, da habitação. Um uso que era comum para uma estrita minoria era agora idealizado para uma ampla maioria.","PeriodicalId":52067,"journal":{"name":"Proyecto Progreso Arquitectura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.4000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Proyecto Progreso Arquitectura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12795/ppa.2022.i27.05","RegionNum":4,"RegionCategory":"艺术学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ARCHITECTURE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O Walden 7 (1970-75) é um edifício de habitação coletiva que persiste como exemplo singular do que podia ter sido uma Cidade no Espaço, investigação conduzida ao longo dos anos 1960 por Ricardo Bofill e uma equipa de arquitetos, artistas, engenheiros, matemáticos, escritores e poetas. Amplamente debatido e analisado na imprensa genérica e especializada, o Walden 7 tende a ser visto como uma experiência utópica que remete para uma forma de vida em sociedade paradigmática daquele tempo. No entanto, o contexto social e cultural mais próximo —a Barcelona que viu (e permitiu) o nascer da obra— não foi ainda suficientemente explorado. É nosso propósito demonstrar que a conceção dos espaços interiores, embora corresponda a um modelo social que começava a encontrar aceitação, é o reflexo de um estilo de vida não convencional que uma elite de Barcelona já praticava. Após um resumo dos princípios da Cidade no Espaço, o artigo procura esclarecer em que medida o livro Walden Two é influente na conceção de um modelo social alternativo, e até que ponto a informalidade já se manifestava na organização dos interiores de pequenas obras coetâneas do Walden 7. Ambos aspetos são retomados na leitura das células do edifício, que procura enfatizar as estratégias espaciais destinadas a um uso individualista, mas festivo e hedonista, da habitação. Um uso que era comum para uma estrita minoria era agora idealizado para uma ampla maioria.