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Abstract
O presente trabalho propõe uma interpretação de Dom Casmurro, tomando como hipótese crítica ler a fragmentação formal, característica da forma livre machadiana, como mímesis da estrutura subjetiva do autor ficcional, Bento Santiago, entendida a partir da figura reflexiva proposta pela ironia romântica, tal como pensada por Friedrich Schlegel (1973). Dialogando com os trabalhos de Roberto Schwarz (1977, 1990), José Guilherme Merquior (1978), Sá Rego (1989), Rouanet (2007), pesquisamos as diversas leituras que a forma livre tem recebido, para propor a especificidade da nossa leitura. Pelo estudo dos textos de Schlegel (1973) e comentadores, propomos que a situação narrativa de Bento Santiago se materializa na forma livre do romance, marcada pela fragmentação e subjetivação narrativas, espelhando o paradoxo basilar da ironia romântica: a necessidade e a impossibilidade de uma comunicação total.