{"title":"O papel das duchas higiênicas vaginais sobre a prevalência das infecções genitais em mulheres profissionais do sexo","authors":"Rosemari Amaral, P. C. Giraldo, A. K. Gonçalves","doi":"10.1590/S0100-72032010000800011","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O uso de duchas vaginais e comum em diferentes povos e culturas. Entre as mulheres que a praticam, a maioria a faz apos a menstruacao, antes ou apos a relacao sexual, com a finalidade de evitar o odor desagradavel ou para eliminar corrimentos, refrescar a genitalia ou prevenir a gravidez. Nao esta claro na literatura se as duchas poderiam causar problemas as usuarias. Objetivo: Verificar se o uso habitual de duchas vaginais associa-se a infeccao genital por Chlamydia trachomatis/ Neisseria gonorrhoeae e Papilomavirus humano (HPV) em mulheres profissionais do sexo. Sujeitos e Metodos: Estudo de corte transversal avaliou 200 mulheres - 111 profissionais do sexo (PS) e 89 nao profissionais do sexo (NPS) - assistidas em uma Unidade Basica de Saude de Campinas, Sao Paulo, Brasil. Todas as mulheres foram entrevistadas e examinadas por um unico pesquisador. A anamnese abordou os antecedentes demograficos, higienicos, sexuais e medicos, como idade, cor, paridade, escolaridade, tabagismo, estado civil, uso de duchas vaginais, idade da primeira relacao sexual, numero de parceiros sexuais, numero de coitos por semana, praticas sexuais, uso de preservativo e lubrificante. Amostras de celulas cervicais foram coletadas para testes de captura hibrida objetivando Chlamydia trachomatis/Neisseria gonorrhoaea e HPV. Na analise estatistica usou-se o teste exato de Fisher ou X2 para as variaveis discretas, e Mann-Whitney para as variaveis nao-parametricas. O estudo foi aprovado pelo Comite de Etica em Pesquisa (no 902/2009) e contou com a colaboracao da Secretaria de Saude do Estado de Sao Paulo e Laboratorio Digene. Resultado: Cerca de 40% das mulheres investigadas praticavam duchas vaginais tres ou mais vezes por semana (61,7% das PS e somente 14,6% das NPS). A infeccao por CT/NG foi positiva em 10,5% do total dos casos, 17 casos (15,3%) em PS e em quatro casos (4,5%) das NPS (p=0,01), porem nao houve diferencas significativas entre usuarias de duchas vaginais (14,81%) e nao usuarias (7,6%), (p=ns). As PS nao usuarias de duchas vaginais tiveram quase o dobro de infeccao CT/NG que as NPS usuarias de duchas vaginais (13,9% vs 7,7%). O HPV foi positivo em 40,5% dos casos, sendo 55,8% da PS e em 21,3% das NPS (p=0,001), contudo DNA-HPV nao foi significativamente diferente (p=0,47) entre PS usuarias de duchas vaginais (54,4%) e em nao usuarias (58,1%). HPV de alto risco foi positivo em 16,2% e 11,6% (p=ns) e o HPV de baixo risco em 23,5% e 30,2% (p=ns) em usuarias e nao usuarias de duchas vaginais respectivamente. Os HPV de alto e baixo riscos foram encontrados simultaneamente em 14,7% e 16,2% das usuarias e nao usuarias de duchas vaginais, respectivamente (p=ns). Conclusao: O uso de duchas vaginais nao se associou as infeccoes genitais por CT/NG e HPV de alto ou baixo grau nas mulheres estudadas (profissionais do sexo e nao profissionais do sexo) \nAbstract","PeriodicalId":47257,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.0000,"publicationDate":"2010-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/S0100-72032010000800011","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"OBSTETRICS & GYNECOLOGY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O uso de duchas vaginais e comum em diferentes povos e culturas. Entre as mulheres que a praticam, a maioria a faz apos a menstruacao, antes ou apos a relacao sexual, com a finalidade de evitar o odor desagradavel ou para eliminar corrimentos, refrescar a genitalia ou prevenir a gravidez. Nao esta claro na literatura se as duchas poderiam causar problemas as usuarias. Objetivo: Verificar se o uso habitual de duchas vaginais associa-se a infeccao genital por Chlamydia trachomatis/ Neisseria gonorrhoeae e Papilomavirus humano (HPV) em mulheres profissionais do sexo. Sujeitos e Metodos: Estudo de corte transversal avaliou 200 mulheres - 111 profissionais do sexo (PS) e 89 nao profissionais do sexo (NPS) - assistidas em uma Unidade Basica de Saude de Campinas, Sao Paulo, Brasil. Todas as mulheres foram entrevistadas e examinadas por um unico pesquisador. A anamnese abordou os antecedentes demograficos, higienicos, sexuais e medicos, como idade, cor, paridade, escolaridade, tabagismo, estado civil, uso de duchas vaginais, idade da primeira relacao sexual, numero de parceiros sexuais, numero de coitos por semana, praticas sexuais, uso de preservativo e lubrificante. Amostras de celulas cervicais foram coletadas para testes de captura hibrida objetivando Chlamydia trachomatis/Neisseria gonorrhoaea e HPV. Na analise estatistica usou-se o teste exato de Fisher ou X2 para as variaveis discretas, e Mann-Whitney para as variaveis nao-parametricas. O estudo foi aprovado pelo Comite de Etica em Pesquisa (no 902/2009) e contou com a colaboracao da Secretaria de Saude do Estado de Sao Paulo e Laboratorio Digene. Resultado: Cerca de 40% das mulheres investigadas praticavam duchas vaginais tres ou mais vezes por semana (61,7% das PS e somente 14,6% das NPS). A infeccao por CT/NG foi positiva em 10,5% do total dos casos, 17 casos (15,3%) em PS e em quatro casos (4,5%) das NPS (p=0,01), porem nao houve diferencas significativas entre usuarias de duchas vaginais (14,81%) e nao usuarias (7,6%), (p=ns). As PS nao usuarias de duchas vaginais tiveram quase o dobro de infeccao CT/NG que as NPS usuarias de duchas vaginais (13,9% vs 7,7%). O HPV foi positivo em 40,5% dos casos, sendo 55,8% da PS e em 21,3% das NPS (p=0,001), contudo DNA-HPV nao foi significativamente diferente (p=0,47) entre PS usuarias de duchas vaginais (54,4%) e em nao usuarias (58,1%). HPV de alto risco foi positivo em 16,2% e 11,6% (p=ns) e o HPV de baixo risco em 23,5% e 30,2% (p=ns) em usuarias e nao usuarias de duchas vaginais respectivamente. Os HPV de alto e baixo riscos foram encontrados simultaneamente em 14,7% e 16,2% das usuarias e nao usuarias de duchas vaginais, respectivamente (p=ns). Conclusao: O uso de duchas vaginais nao se associou as infeccoes genitais por CT/NG e HPV de alto ou baixo grau nas mulheres estudadas (profissionais do sexo e nao profissionais do sexo)
Abstract
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Gynecology and Obstetrics (Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ISSN 1806-9339) is a monthly publication of scientific divulgation of the Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). It is directed to obstetricians, gynecologists and professionals of related areas, with the purpose of publishing research results on relevant topics in the field of Gynecology, Obstetrics and related areas. It is open to national and international contributions and the journal receives submissions only in English.