{"title":"Trabalho docente na medicina em uma universidade federal na região Sul do Brasil","authors":"Izabella Barison Matos, L. W. Boneti, A. Ferla","doi":"10.1590/s0104-12902023210594pt","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo As políticas públicas brasileiras aproximam-se do paradigma internacional de interação entre ensino e sistemas de saúde preconizando uma formação médica generalista, vinculada ao perfil epidemiológico populacional, e repercutindo no trabalho docente. Este trabalho buscou analisar percepções sobre docência e perspectivas profissionais de professores do curso de medicina de uma universidade federal. Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa, contando com questionário, pesquisas documental e bibliográfica e análises na perspectiva da hermenêutica-dialética. A partir dos resultados, construíram-se quatro categorias analíticas que descrevem o trabalho docente na visão de seus atores: marcadores de formação para a docência (o repertório de conhecimento da prática docente é experiencial); imaginários atribuídos à docência (conflito com a imagem ideal previamente concebida); enfrentamentos no cotidiano docente (a formação médica generalista preconizada tem menor reconhecimento social); docência e seu horizonte (busca de maior qualificação). Investimentos - pessoal e institucional - não têm sido suficientes diante de aspectos geradores de insatisfação e percepção de despreparo dos professores no cotidiano da formação médica, denunciando certo mal-estar docente. Pode-se dizer que o trabalho docente é fundamental para a mudança na formação, e que a percepção dos atores de uma experiência concreta aponta déficits na formação pedagógica e na educação permanente.","PeriodicalId":46918,"journal":{"name":"Saude E Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.5000,"publicationDate":"2023-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Saude E Sociedade","FirstCategoryId":"3","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/s0104-12902023210594pt","RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"PUBLIC, ENVIRONMENTAL & OCCUPATIONAL HEALTH","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo As políticas públicas brasileiras aproximam-se do paradigma internacional de interação entre ensino e sistemas de saúde preconizando uma formação médica generalista, vinculada ao perfil epidemiológico populacional, e repercutindo no trabalho docente. Este trabalho buscou analisar percepções sobre docência e perspectivas profissionais de professores do curso de medicina de uma universidade federal. Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa, contando com questionário, pesquisas documental e bibliográfica e análises na perspectiva da hermenêutica-dialética. A partir dos resultados, construíram-se quatro categorias analíticas que descrevem o trabalho docente na visão de seus atores: marcadores de formação para a docência (o repertório de conhecimento da prática docente é experiencial); imaginários atribuídos à docência (conflito com a imagem ideal previamente concebida); enfrentamentos no cotidiano docente (a formação médica generalista preconizada tem menor reconhecimento social); docência e seu horizonte (busca de maior qualificação). Investimentos - pessoal e institucional - não têm sido suficientes diante de aspectos geradores de insatisfação e percepção de despreparo dos professores no cotidiano da formação médica, denunciando certo mal-estar docente. Pode-se dizer que o trabalho docente é fundamental para a mudança na formação, e que a percepção dos atores de uma experiência concreta aponta déficits na formação pedagógica e na educação permanente.