{"title":"Uma apreciação crítica da abordagem de caráter científico dominante da justiça organizacional","authors":"Francisco R. B. Fonsêca, D. P. Dourado","doi":"10.1590/1678-6971/eramg230214.pt","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Objetivo: A proposta deste artigo é apresentar uma apreciação crítica da noção de justiça encapsulada na abordagem de caráter científico-social dominante da justiça organizacional (JO). O argumento que pretendemos endereçar aqui é: o distanciamento de noções prescritivas de justiça, recorrente na abordagem dominante da JO, reduz o ideal de justiça a um meio à disposição das organizações na busca de seus próprios interesses. Originalidade/valor: A possibilidade de desencadear na academia brasileira de administração uma discussão crítica sobre o instrumentalismo e o gerencialismo presentes na produção de conhecimento no campo da JO. Este trabalho contribui para uma reflexão sobre o ideal de justiça nas organizações. Design/metodologia/abordagem: Este é um texto teórico, cuja reflexão se assenta na consulta e na interpretação articulada de material bibliográfico relacionado à concepção hegemônica da JO, obtido por meio de revisão de literatura. Resultados: Um levantamento na literatura de JO revela uma postura de desprendimento assumida pela abordagem dominante em relação às concepções normativas de justiça. Por conta disso, a noção de justiça assumiu um caráter descritivo, subjetivo, funcionalista e positivista. Como categoria analítico-empírica, a justiça é concebida e compreendida por sua função instrumental-gerencialista dentro da estrutura organizacional. Como consequência, os estudos de justiça nas organizações têm sido acusados de converter o ideal de justiça em um recurso servil à prerrogativa da estratégia e do desempenho organizacional. De fato, esse distanciamento anulou e desperdiçou o valor do significado normativo desse ideal.","PeriodicalId":37120,"journal":{"name":"Revista de Administracao Mackenzie","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Administracao Mackenzie","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1678-6971/eramg230214.pt","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Objetivo: A proposta deste artigo é apresentar uma apreciação crítica da noção de justiça encapsulada na abordagem de caráter científico-social dominante da justiça organizacional (JO). O argumento que pretendemos endereçar aqui é: o distanciamento de noções prescritivas de justiça, recorrente na abordagem dominante da JO, reduz o ideal de justiça a um meio à disposição das organizações na busca de seus próprios interesses. Originalidade/valor: A possibilidade de desencadear na academia brasileira de administração uma discussão crítica sobre o instrumentalismo e o gerencialismo presentes na produção de conhecimento no campo da JO. Este trabalho contribui para uma reflexão sobre o ideal de justiça nas organizações. Design/metodologia/abordagem: Este é um texto teórico, cuja reflexão se assenta na consulta e na interpretação articulada de material bibliográfico relacionado à concepção hegemônica da JO, obtido por meio de revisão de literatura. Resultados: Um levantamento na literatura de JO revela uma postura de desprendimento assumida pela abordagem dominante em relação às concepções normativas de justiça. Por conta disso, a noção de justiça assumiu um caráter descritivo, subjetivo, funcionalista e positivista. Como categoria analítico-empírica, a justiça é concebida e compreendida por sua função instrumental-gerencialista dentro da estrutura organizacional. Como consequência, os estudos de justiça nas organizações têm sido acusados de converter o ideal de justiça em um recurso servil à prerrogativa da estratégia e do desempenho organizacional. De fato, esse distanciamento anulou e desperdiçou o valor do significado normativo desse ideal.