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Abstract
Como grupos religiosos minoritários na América Latina, os protestantes forjaram uma identidade fortemente marcada como de oposição à Igreja Católico-Romana, ao mesmo tempo em que reivindicavam certo caráter civilizacional e moralizante de sua mensagem religiosa. A relevância social desse protestantismo pretensamente civilizacional recebeu interpretações divergentes pelos estudiosos do campo religioso latino-americano. Por um lado, há os que interpretam esse protestantismo como ponta de lança de interesses imperialistas, notadamente dos Estados Unidos da América, por outro, há os que veem no protestantismo latino-americano uma resposta, não só religiosa, às demandas de minorias liberais socialmente ascendentes em nosso continente na segunda metade do século XIX e primeira do XX. No que tange à responsabilidade social, esse protestantismo desenvolveu amplo leque de atividades e projetos de cunho marcadamente assistencialista. O presente artigo discute os deslocamentos da consciência social desse protestantismo, na segunda metade do século XX, quando desenvolve nítidas convergências com a responsabilidade social da Igreja, discutida na Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellin, na Colômbia, em 1969. É essa convergência crítica diante das demandas da realidade social latino-americana no espaço em que se gesta um ecumenismo de base entre católicos e protestantes.