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Abstract
A surdez é mais investigada do que outras marcas identitárias, como gênero e raça, gerando a simplificação das identidades surdas e diminuindo a visibilidade das especificidades das outras pessoas também inseridas nesse grupo. O objetivo desta pesquisa é comparar o que tem sido produzido academicamente quanto à intersecção entre surdez, gênero e raça, quando as publicações mencionam os três marcadores sociais conjuntamente e quando mencionam apenas os dois primeiros. As buscas foram feitas nas bases de dados Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. A busca com foco na surdez e gênero foi denominada de Eixo 1 e a busca com foco na surdez, gênero e raça foi denominada de Eixo 2. O Eixo 1 resultou em seis publicações selecionadas e o Eixo 2 em três publicações. Percebeu-se que os estudos do Eixo 1 não realizaram o entrelace entre gênero e outros marcadores sociais de opressão, compreendendo o gênero como uma categoria autônoma. Os estudos do Eixo 2 mostraram que, além da raça, outros marcadores sociais atrelados à surdez não se sobrepõem, mas se interseccionam uns com os outros, e que a cada combinação há uma forma diferente de opressão sofrida pela mulher surda. Concluiu-se o quão importante é utilizar instrumentos conceituais que buscam analisar como as estruturas de opressão e de privilégio se entrelaçam e como exercem influência na vida e na construção das identidades das mulheres surdas.