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Abstract
Em 2018, a movimentação política, o conflito entre os poderes, o surgimento de presidenciáveis ultraconservadores, o crescimento de manifestações e discursos de ódio e a descrença no Estado são as pautas das rodas de conversas em grupos, mídias sociais e sites de notícia que configuram a aura de inquietação que paira neste atual momento de eleições. Já expressivas no processo eleitoral de 2010, agravaram-se em 2014. Jessé Souza1 se dedica a estudar o pensamento social, a desigualdade e as classes sociais no Brasil contemporâneo. Em sua obra A Elite do Atraso, da escravidão à Lava Jato, parte do pressuposto de que a ideia dominante é a da “classe dominante” (MARX; ENGELS, 1998), e analisa a formação do senso comum que propicia o surgimento de homens “incorruptíveis”, os quais travam verdadeiras cruzadas contra a corrupção do Estado. Estes “templários” são a classe média, na posição de “exército” particular da elite financeira – a “Elite do Atraso”, segundo o autor. Munido de uma linguagem espontânea, Jessé estabelece um diálogo com o leitor, manifestando suas inquietações e preocupações em uma análise de conjuntura ousada. Por meio de ironias, propõe