{"title":"Vida (Zoé), mundo e política: uma reflexão sobre os aspectos biopolíticos no pensamento de Hannah Arendt","authors":"Fabio Abreu Passos","doi":"10.5216/phi.v23i1.49934","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nos últimos anos, a pesquisa em torno do pensamento arendtiano tem buscado explicitar a existência de elementos biopolíticos, mesmo que estes não apareçam no interior de seu pensamento de maneira evidente. Para tanto, se tem procurado, fundamentalmente, em A condição humana, conceitos biopolíticos que colocariam Arendt no rol daqueles que na modernidade lançaram luz sobre a biologização da política e o esvaziamento da esfera pública. Também acreditamos que há, no interior das reflexões arendtianas, elementos biopolíticos. Contudo, nosso objetivo é demonstrar que é na descrição do ponto central da política que está uma das chaves de leitura de uma biopolítica arendtiana. Sustentaremos nossa hipótese a partir da assertiva arendtiana, contida em seu texto O que é Política?, na qual a autora diz que “no ponto central da política está sempre a preocupação com o mundo e não com o homem”. Afirmar que o ponto central da política é cuidar do mundo e não dos homens problematiza dois aspectos: o risco que há em não se cuidar do mundo e a compreensão da política enquanto instância preservadora da vida, pois eleger a vida como fundamento da política significa subtrair a liberdade pela necessidade no interior das ações humanas.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-08-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Philosophos Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5216/phi.v23i1.49934","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Nos últimos anos, a pesquisa em torno do pensamento arendtiano tem buscado explicitar a existência de elementos biopolíticos, mesmo que estes não apareçam no interior de seu pensamento de maneira evidente. Para tanto, se tem procurado, fundamentalmente, em A condição humana, conceitos biopolíticos que colocariam Arendt no rol daqueles que na modernidade lançaram luz sobre a biologização da política e o esvaziamento da esfera pública. Também acreditamos que há, no interior das reflexões arendtianas, elementos biopolíticos. Contudo, nosso objetivo é demonstrar que é na descrição do ponto central da política que está uma das chaves de leitura de uma biopolítica arendtiana. Sustentaremos nossa hipótese a partir da assertiva arendtiana, contida em seu texto O que é Política?, na qual a autora diz que “no ponto central da política está sempre a preocupação com o mundo e não com o homem”. Afirmar que o ponto central da política é cuidar do mundo e não dos homens problematiza dois aspectos: o risco que há em não se cuidar do mundo e a compreensão da política enquanto instância preservadora da vida, pois eleger a vida como fundamento da política significa subtrair a liberdade pela necessidade no interior das ações humanas.