{"title":"Origem e alteração no pensamento antropológico de Rousseau","authors":"Mauro Dela Bandera","doi":"10.5216/phi.v26i1.66430","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A diversificação física e cultural humana pode ser lida na antropologia de Rousseau a partir da ideia da degenerescência e do afastamento de uma natureza originária, mas também pode ser encarada em chave positiva como a afirmação da variedade humana, independente de uma referência a um modelo originário. Assim, o pensamento antropológico de Rousseau transita entre dois polos distintos e igualmente válidos: o julgamento histórico e o saber etnográfico. Se o primeiro (mais corrente entre os intérpretes) apoia-se em um modelo único e originário de ser humano que paulatina e historicamente se degeneraria, corrompendo-se; o último multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças, explicando-as enquanto tais. Um se constitui em escala de medida, outro em antídoto contra o etnocentrismo. O objetivo maior deste texto consiste em apresentar sobretudo o último polo. Nele, a diversidade física e cultural se afirma enquanto tal, sem que haja a necessidade de se atribuir prêmios de preservação de uma maior pureza a esta ou aquela sociedade localizada num ponto determinado do tempo e do espaço. A diversidade indicaria não mais uma corrupção, mas sim os vários caminhos assumidos e tomados pelos grupos humanos de acordo com os tempos e as circunstâncias vivenciados.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Philosophos Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.66430","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A diversificação física e cultural humana pode ser lida na antropologia de Rousseau a partir da ideia da degenerescência e do afastamento de uma natureza originária, mas também pode ser encarada em chave positiva como a afirmação da variedade humana, independente de uma referência a um modelo originário. Assim, o pensamento antropológico de Rousseau transita entre dois polos distintos e igualmente válidos: o julgamento histórico e o saber etnográfico. Se o primeiro (mais corrente entre os intérpretes) apoia-se em um modelo único e originário de ser humano que paulatina e historicamente se degeneraria, corrompendo-se; o último multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças, explicando-as enquanto tais. Um se constitui em escala de medida, outro em antídoto contra o etnocentrismo. O objetivo maior deste texto consiste em apresentar sobretudo o último polo. Nele, a diversidade física e cultural se afirma enquanto tal, sem que haja a necessidade de se atribuir prêmios de preservação de uma maior pureza a esta ou aquela sociedade localizada num ponto determinado do tempo e do espaço. A diversidade indicaria não mais uma corrupção, mas sim os vários caminhos assumidos e tomados pelos grupos humanos de acordo com os tempos e as circunstâncias vivenciados.