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Abstract
Este artigo utiliza como método e teoria a Análise de Discurso de linha Francesa, apreciando elementos discursivos que produzem efeitos de sentido sobre o que é a infância. A questão teórica central é a relação entre dito e não dito, em condições de produção determinadas, produzindo efeito sobre um corpus que aponta saúde/transtorno no comportamento da criança. Trata-se de um recorte de dissertação, lançando mão para isso de 5 dos 18 critérios para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (versão V). Para o estudo, foram utilizados textos de Pêcheux (1969, 1973), Orlandi (2002, 2013, 2015), Gadet e Hak (1997 [1969]) que possibilitaram imprimir a teoria sobre a materialidade discursiva escolhida. A materialidade das sequências discursivas ocupa o status que é atribuído ideologicamente à Medicina, pois ela é considerada como uma ciência de cuidados e muitas soluções de tratamentos específicos sejam medicamentosos ou não. Assim, este estudo analisa as relações extralinguísticas e, portanto, discursivas, para compreender o que o manual afirma sobre o comportamento infantil. Acredita-se que o material estudado neste trabalho representa parte de uma articulação pertinente para reflexão sobre a criança que se quer na atualidade, entendendo que esse objetivo pode ser alcançado por meio dos efeitos de sentido discursivos do manual sobre uma suposta “patologia”. É no entremeio do dito sobre o transtorno e do não dito sobre a normalidade que se obtém defesas de teses ancoradas sobre discursos que explicam e se colocam a solucionar o comportamento infantil.