{"title":"Editorial Dossiê ABRI | Dossier Editorial ABRI","authors":"Mural Internacional","doi":"10.12957/rmi.2019.44648","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Área Temática \"Ensino, Pesquisa e Extensão\" compõe o quadro dos grupos de pesquisa permanentes da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). Criada em 2015, com a finalidade de estruturar e adensar discussões sobre ensino, pesquisa e extensão em Relações Internacionais no país, a iniciativa busca promover o diálogo sobre a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Relações Internacionais em todo o Brasil, além de aglutinar discussões sobre práticas e métodos de ensino, estratégias de publicação, internacionalização da pesquisa e extensão, entre outros temas de interesse.O presente Dossiê convidou a comunidade acadêmica a fazer coro a este debate, descrevendo experiências de extensão e de metodologias ativas de ensino, além de compartilhar aplicações metodológicas de pesquisa, uma prática ainda pouco desenvolvida no país, visando refletir sobre diferentes experiências em torno do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão para Relações Internacionais no Brasil.No que se refere à Extensão, vale mencionar, será necessário que a comunidade acadêmica reflita sobre o significado de sua aplicação em Relações Internacionais, qual seu impacto, seus desdobramentos, limitações e possibilidades. Para além da necessidade de curricularizar a Extensão nos próximos anos, partimos do pressuposto de que o contexto atual demandará uma comunicação intensa entre a Universidade e a Sociedade em geral. Os cursos de Relações Internacionais, nesse sentido, terão o desafio ímpar de se aproximar ainda mais da sociedade e da comunidade a qual pertencem. Assim, a comunicação do ensino, da pesquisa e, sobremaneira, da extensão será vital para manter e aprofundar a robustez da área de Relações Internacionais no Brasil para os próximos anos.Neste número, as questões relativas ao ensino mereceram lugar de destaque e constituíram a maior parte dos artigos ora publicados. Estes vêm acompanhados por outros quatro, que se dividem entre experiências de internacionalização da área e iniciativas de extensão.O primeiro artigo intitulado “O projeto Erasmus: internacionalização da educação em contexto de integração”, com autoria de Ana Paula Balthazar Tostes e Lucca Viersa Barros Silva, busca fazer uma reflexão do projeto ERASMUS como uma iniciativa bem-sucedida de internacionalização sob a modalidade de fluxo de estudantes não só intra-região europeia, mas também com o projeto ERASMUS +, que, desde 2014, foi aberto a estudantes estrangeiros.Em “Reflexões sobre o Direito e as Relações Internacionais: o desafio da sala de aula”, os autores Daniel Campos Carvalho, Letícia Rizzotti Lima, Gabriel Nicésio e Blenda Figueiredo trazem uma análise do ensino do Direito no curso de Relações Internacionais, sua ontologia e aplicação tautológica ao campo dos fenômenos globais, esboçando assim sua multidisciplinaridade, bem como a dimensão limitativa da setorização do conhecimento. Os autores se debruçam no curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).Em “Roll the dice! An empirical experience toward the use of board games in IR classrooms”, com autoria de Mario Afonso Massiere y Correa de Moraes Lima, Leticia Cordeiro Simões de Moraes Lima, Rodrigo Martins Gonçalves, Pedro Nunes de Araújo, traz o compartilhamento de experiências com o uso de jogos de tabuleiro, tais como Supremacy, Senji, Eclipse e A Game of Thrones, em sala de aula e o relato, a partir de entrevistas, do rico aprendizado dos estudantes.Já André Luiz Coelho Farias de Souza, Ivi Vasconcelos Elias, Vinicius Silva Santos, nos trazem uma importante e urgente reflexão no artigo “A participação das mulheres na produção acadêmica da área de Relações Internacionais no Brasil”, relatando, de forma empírica, como a produção acadêmica é desigual entre homens e mulheres, e como tal estrutura não se modificou ao longo do tempo.No que se refere a discussões sobre método de pesquisa, o artigo “Research Design in International Relations: Analysis about the methodological culture of RBPI’s papers (1994-2017)” , de Natália Diniz Schwether, Nayanna Sabiá de Moura e Murilo Mesquita Melo e Silva, faz um esforço empírico no sentido de identificar desenhos de pesquisa em artigos publicados na Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI). Muito além de mapear os artigos publicados nesta revista, os resultados evidenciam tendências mais gerais sobre o estado da arte dos esforços de desenho de pesquisa empreendidos pelo país.Em “Multidisciplinaridade e Interdisciplinaridade na Graduação em RI: o ensino de História e Teoria das Relações Internacionais”, Feliciano de Sá Guimarães relata importante experiência conduzida no âmbito da Graduação em Relações Internacionais do IRI-USP envolvendo as disciplinas de História das Relações Internacionais e Teoria das Relações Internacionais. A partir de um evento histórico, qual seja a Primeira Guerra Mundial, foi possível explorá-lo de forma multi e interdisciplinar, gerando efeitos positivos não só para o ensino, mas também para possibilidades de pesquisa.O artigo “Mais Universidade, Menos Aula: O Laboratório de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos” dos autores Natália N. Fingermann, Fabiano L. de Menezes, Daniel Rei Coronato e Alessandra Beber Castilho; tem por objetivo compartilhar experiências desenvolvidas no Laboratório de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos (LARI), por meio dos projetos: Modelo de Simulação das Nações Unidas, Observatório de Relações Internacionais, e Informação do Estado de Origem de Refugiados.Em “Programa Globalizando: Extensão Universitária em Relações Internacionais”, os autores Mário Tito Barros Almeida e Bruna Ferreira Pinheiro propõem uma discussão sobre a importância ímpar da Extensão como possibilidade de construção crítica do conhecimento. Assim, descrevem a experiência do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia-PA (UNAMA-PA) com o programa de rádio Globalizando, da Rádio UNAMA FM 105.5 que transmite conteúdos de RI a toda comunidade, e que alimenta, de forma crítica, possibilidades para o Ensino e Pesquisa.Os autores Henry Iure Paiva Silva, Mojana Vargas e Edmilson Melo Neto, no artigo “Internacionalizando a Extensão Universitária: O Projeto S-Intex na UFPB” trazem uma importante contribuição ao detalhar o “Sistema de Registro, Monitoramento e Análise da Internacionalização da Extensão em Instituições de Ensino Superior (S-Intex)” que tem como objetivo mapear e analisar o grau de internacionalização de projetos de extensão. Sua aplicação em um estudo com 428 projetos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio de oito variáveis, identificou não só quanti, mas qualitativamente, os potenciais e desafios da internacionalização na conjuntura atual.Finalmente, o artigo “Projeto Universidade em Ação (PUA): rompendo os muros e capacitando para uma cultura de paz por meio do lúdico, do diálogo e das artes”, os autores Paulo Roberto Loyolla Kuhlmann, Suerda Gabriela Ferreira de Araújo e Edith Larissa Rodrigues do Rêgo Souza fazem um importante relato para a comunidade acadêmica. Estabelecido na Universidade Estadual da Paraíba, o projeto surgiu como uma necessidade de estabelecer laços mais profundos com a comunidade do bairro em que a Universidade se instalou, criando assim, um ambiente de empatia e de contribuição social, revertendo, por meio da arte e do lúdico, estruturas de violência, criando empoderamento e bem-estar social.Assim, por meio dos presentes artigos, este Dossiê procurou apresentar tendências, debates e reflexões em Ensino, Pesquisa e Extensão sob diferentes perspectivas, a partir de distintas experiências Brasil afora. A Área Temática da Associação Brasileira de Relações Internacionais segue, portanto, cumprindo seu papel de articular ideias e tendências, tornando-se assim, importante celeiro de compartilhamento de experiências e boas práticas entre a comunidade acadêmica do país. Seja a partir da publicação em DOU em outubro de 2017, das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), quando se tornou ainda mais necessário o compartilhamento de experiências, reflexões sobre desafios; seja a conjuntura atual, tornou-se imperativo haver comunicação do que tem sido desenvolvido entre os muros da escola, e, neste caso, nos cursos de Relações Internacionais, distribuídos pelos quatro cantos de nosso país.Torna-se, assim, premente agradecer o espaço cedido pela Revista Mural Internacional, para a publicação do presente Dossiê, bem como a todos os pareceristas que nos deram importantes contribuições durante esta empreitada. Toda a comunidade acadêmica de Relações Internacionais se beneficia desta presente publicação, que, esperemos, se reverbere em mais publicações. 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Abstract
A Área Temática "Ensino, Pesquisa e Extensão" compõe o quadro dos grupos de pesquisa permanentes da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). Criada em 2015, com a finalidade de estruturar e adensar discussões sobre ensino, pesquisa e extensão em Relações Internacionais no país, a iniciativa busca promover o diálogo sobre a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Relações Internacionais em todo o Brasil, além de aglutinar discussões sobre práticas e métodos de ensino, estratégias de publicação, internacionalização da pesquisa e extensão, entre outros temas de interesse.O presente Dossiê convidou a comunidade acadêmica a fazer coro a este debate, descrevendo experiências de extensão e de metodologias ativas de ensino, além de compartilhar aplicações metodológicas de pesquisa, uma prática ainda pouco desenvolvida no país, visando refletir sobre diferentes experiências em torno do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão para Relações Internacionais no Brasil.No que se refere à Extensão, vale mencionar, será necessário que a comunidade acadêmica reflita sobre o significado de sua aplicação em Relações Internacionais, qual seu impacto, seus desdobramentos, limitações e possibilidades. Para além da necessidade de curricularizar a Extensão nos próximos anos, partimos do pressuposto de que o contexto atual demandará uma comunicação intensa entre a Universidade e a Sociedade em geral. Os cursos de Relações Internacionais, nesse sentido, terão o desafio ímpar de se aproximar ainda mais da sociedade e da comunidade a qual pertencem. Assim, a comunicação do ensino, da pesquisa e, sobremaneira, da extensão será vital para manter e aprofundar a robustez da área de Relações Internacionais no Brasil para os próximos anos.Neste número, as questões relativas ao ensino mereceram lugar de destaque e constituíram a maior parte dos artigos ora publicados. Estes vêm acompanhados por outros quatro, que se dividem entre experiências de internacionalização da área e iniciativas de extensão.O primeiro artigo intitulado “O projeto Erasmus: internacionalização da educação em contexto de integração”, com autoria de Ana Paula Balthazar Tostes e Lucca Viersa Barros Silva, busca fazer uma reflexão do projeto ERASMUS como uma iniciativa bem-sucedida de internacionalização sob a modalidade de fluxo de estudantes não só intra-região europeia, mas também com o projeto ERASMUS +, que, desde 2014, foi aberto a estudantes estrangeiros.Em “Reflexões sobre o Direito e as Relações Internacionais: o desafio da sala de aula”, os autores Daniel Campos Carvalho, Letícia Rizzotti Lima, Gabriel Nicésio e Blenda Figueiredo trazem uma análise do ensino do Direito no curso de Relações Internacionais, sua ontologia e aplicação tautológica ao campo dos fenômenos globais, esboçando assim sua multidisciplinaridade, bem como a dimensão limitativa da setorização do conhecimento. Os autores se debruçam no curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).Em “Roll the dice! An empirical experience toward the use of board games in IR classrooms”, com autoria de Mario Afonso Massiere y Correa de Moraes Lima, Leticia Cordeiro Simões de Moraes Lima, Rodrigo Martins Gonçalves, Pedro Nunes de Araújo, traz o compartilhamento de experiências com o uso de jogos de tabuleiro, tais como Supremacy, Senji, Eclipse e A Game of Thrones, em sala de aula e o relato, a partir de entrevistas, do rico aprendizado dos estudantes.Já André Luiz Coelho Farias de Souza, Ivi Vasconcelos Elias, Vinicius Silva Santos, nos trazem uma importante e urgente reflexão no artigo “A participação das mulheres na produção acadêmica da área de Relações Internacionais no Brasil”, relatando, de forma empírica, como a produção acadêmica é desigual entre homens e mulheres, e como tal estrutura não se modificou ao longo do tempo.No que se refere a discussões sobre método de pesquisa, o artigo “Research Design in International Relations: Analysis about the methodological culture of RBPI’s papers (1994-2017)” , de Natália Diniz Schwether, Nayanna Sabiá de Moura e Murilo Mesquita Melo e Silva, faz um esforço empírico no sentido de identificar desenhos de pesquisa em artigos publicados na Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI). Muito além de mapear os artigos publicados nesta revista, os resultados evidenciam tendências mais gerais sobre o estado da arte dos esforços de desenho de pesquisa empreendidos pelo país.Em “Multidisciplinaridade e Interdisciplinaridade na Graduação em RI: o ensino de História e Teoria das Relações Internacionais”, Feliciano de Sá Guimarães relata importante experiência conduzida no âmbito da Graduação em Relações Internacionais do IRI-USP envolvendo as disciplinas de História das Relações Internacionais e Teoria das Relações Internacionais. A partir de um evento histórico, qual seja a Primeira Guerra Mundial, foi possível explorá-lo de forma multi e interdisciplinar, gerando efeitos positivos não só para o ensino, mas também para possibilidades de pesquisa.O artigo “Mais Universidade, Menos Aula: O Laboratório de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos” dos autores Natália N. Fingermann, Fabiano L. de Menezes, Daniel Rei Coronato e Alessandra Beber Castilho; tem por objetivo compartilhar experiências desenvolvidas no Laboratório de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos (LARI), por meio dos projetos: Modelo de Simulação das Nações Unidas, Observatório de Relações Internacionais, e Informação do Estado de Origem de Refugiados.Em “Programa Globalizando: Extensão Universitária em Relações Internacionais”, os autores Mário Tito Barros Almeida e Bruna Ferreira Pinheiro propõem uma discussão sobre a importância ímpar da Extensão como possibilidade de construção crítica do conhecimento. Assim, descrevem a experiência do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia-PA (UNAMA-PA) com o programa de rádio Globalizando, da Rádio UNAMA FM 105.5 que transmite conteúdos de RI a toda comunidade, e que alimenta, de forma crítica, possibilidades para o Ensino e Pesquisa.Os autores Henry Iure Paiva Silva, Mojana Vargas e Edmilson Melo Neto, no artigo “Internacionalizando a Extensão Universitária: O Projeto S-Intex na UFPB” trazem uma importante contribuição ao detalhar o “Sistema de Registro, Monitoramento e Análise da Internacionalização da Extensão em Instituições de Ensino Superior (S-Intex)” que tem como objetivo mapear e analisar o grau de internacionalização de projetos de extensão. Sua aplicação em um estudo com 428 projetos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio de oito variáveis, identificou não só quanti, mas qualitativamente, os potenciais e desafios da internacionalização na conjuntura atual.Finalmente, o artigo “Projeto Universidade em Ação (PUA): rompendo os muros e capacitando para uma cultura de paz por meio do lúdico, do diálogo e das artes”, os autores Paulo Roberto Loyolla Kuhlmann, Suerda Gabriela Ferreira de Araújo e Edith Larissa Rodrigues do Rêgo Souza fazem um importante relato para a comunidade acadêmica. Estabelecido na Universidade Estadual da Paraíba, o projeto surgiu como uma necessidade de estabelecer laços mais profundos com a comunidade do bairro em que a Universidade se instalou, criando assim, um ambiente de empatia e de contribuição social, revertendo, por meio da arte e do lúdico, estruturas de violência, criando empoderamento e bem-estar social.Assim, por meio dos presentes artigos, este Dossiê procurou apresentar tendências, debates e reflexões em Ensino, Pesquisa e Extensão sob diferentes perspectivas, a partir de distintas experiências Brasil afora. A Área Temática da Associação Brasileira de Relações Internacionais segue, portanto, cumprindo seu papel de articular ideias e tendências, tornando-se assim, importante celeiro de compartilhamento de experiências e boas práticas entre a comunidade acadêmica do país. Seja a partir da publicação em DOU em outubro de 2017, das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), quando se tornou ainda mais necessário o compartilhamento de experiências, reflexões sobre desafios; seja a conjuntura atual, tornou-se imperativo haver comunicação do que tem sido desenvolvido entre os muros da escola, e, neste caso, nos cursos de Relações Internacionais, distribuídos pelos quatro cantos de nosso país.Torna-se, assim, premente agradecer o espaço cedido pela Revista Mural Internacional, para a publicação do presente Dossiê, bem como a todos os pareceristas que nos deram importantes contribuições durante esta empreitada. Toda a comunidade acadêmica de Relações Internacionais se beneficia desta presente publicação, que, esperemos, se reverbere em mais publicações. Tatiana Oliveira (UERJ)Marilia Carolina Souza Pimenta (ABRI)Hermes Moreira Junior (ABRI)Lorena Granja (UERJ)Mauricio Santoro (UERJ)