Edmar Atik, Alessandra Costa Barreto, Maria Angélica Binotto, Marcelo B Jatene
{"title":"53岁成人右心房孤立性动脉瘤性扩张,手术解决。","authors":"Edmar Atik, Alessandra Costa Barreto, Maria Angélica Binotto, Marcelo B Jatene","doi":"10.36660/abc.20220870","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução A dilatação aneurismática isolada do átrio direito é uma anomalia congênita rara. Sua identificação ocorre em vários grupos etários, desde o feto até a idade adulta. A manifestação clínica dessa anomalia é variada, conforme a magnitude da dilatação, desde pacientes assintomáticos, em geral em crianças e jovens, até presença de arritmias supraventriculares de difícil controle, insuficiência cardíaca direita, obstrução de vias aéreas, pneumonia e eventos tromboembólicos, em adultos. O diagnóstico é estabelecido após verificação de cardiomegalia em exames rotineiros radiográficos e confirmado posteriormente por ecocardiograma. Chama a atenção nesta patologia o tamanho desproporcional do átrio direito em relação às outras cavidades cardíacas, estando o anel tricúspide também dilatado, mas com valva tricúspide conservada. A insuficiência tricúspide que acompanha o quadro decorre assim da dilatação do anel valvar. A recomendação da correção cirúrgica daí passa a ser profilática na idade infantil dada a boa evolução verificada posteriormente. O diagnóstico diferencial engloba a anomalia de Ebstein, o derrame pericárdico e tumores torácicos mediastinais. O tratamento antiarrítmico e a medicação antitrombótica, representada por AAS, geralmente iniciam a conduta clínica, dada a presença de arritmias supraventriculares e de trombos cavitários, mais encontrados na idade adulta.1-12 A cirurgia de ressecção atrial, idealizada inicialmente por Morrow e Behrendt em 1968,13 foi orientada aos pacientes sintomáticos. O bom resultado cirúrgico foi atestado por esses autores em mulher de 23 anos, com flutter atrial e cardiomegalia, com aneurisma do átrio direito. Verificou-se nesta paciente boa evolução, em ritmo sinusal e sem sintomas após a correção efetuada. Desde esse início, tornou-se preconizada a conduta cirúrgica, tendo se estendido mesmo a pacientes assintomáticos, como procedimento eletivo e preventivo das complicações conhecidas.1,2 Seu diagnóstico durante a vida fetal tem orientado a conduta cirúrgica eletiva nos primeiros anos de vida.2,3 A evolução longa descrita em alguns casos não operados, com 69 e 88 anos de idade, não expressa benignidade em geral, como observado nesta doença com muitas complicações evolutivas.4,5","PeriodicalId":8399,"journal":{"name":"Arquivos Brasileiros de Cardiologia","volume":"120 6","pages":"e20220870"},"PeriodicalIF":2.0000,"publicationDate":"2023-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10263404/pdf/","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Isolated Aneurysmal Dilatation of the Right Atrium, with Surgical Resolution, in a 53-Year-Old Adult.\",\"authors\":\"Edmar Atik, Alessandra Costa Barreto, Maria Angélica Binotto, Marcelo B Jatene\",\"doi\":\"10.36660/abc.20220870\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução A dilatação aneurismática isolada do átrio direito é uma anomalia congênita rara. 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Isolated Aneurysmal Dilatation of the Right Atrium, with Surgical Resolution, in a 53-Year-Old Adult.
Introdução A dilatação aneurismática isolada do átrio direito é uma anomalia congênita rara. Sua identificação ocorre em vários grupos etários, desde o feto até a idade adulta. A manifestação clínica dessa anomalia é variada, conforme a magnitude da dilatação, desde pacientes assintomáticos, em geral em crianças e jovens, até presença de arritmias supraventriculares de difícil controle, insuficiência cardíaca direita, obstrução de vias aéreas, pneumonia e eventos tromboembólicos, em adultos. O diagnóstico é estabelecido após verificação de cardiomegalia em exames rotineiros radiográficos e confirmado posteriormente por ecocardiograma. Chama a atenção nesta patologia o tamanho desproporcional do átrio direito em relação às outras cavidades cardíacas, estando o anel tricúspide também dilatado, mas com valva tricúspide conservada. A insuficiência tricúspide que acompanha o quadro decorre assim da dilatação do anel valvar. A recomendação da correção cirúrgica daí passa a ser profilática na idade infantil dada a boa evolução verificada posteriormente. O diagnóstico diferencial engloba a anomalia de Ebstein, o derrame pericárdico e tumores torácicos mediastinais. O tratamento antiarrítmico e a medicação antitrombótica, representada por AAS, geralmente iniciam a conduta clínica, dada a presença de arritmias supraventriculares e de trombos cavitários, mais encontrados na idade adulta.1-12 A cirurgia de ressecção atrial, idealizada inicialmente por Morrow e Behrendt em 1968,13 foi orientada aos pacientes sintomáticos. O bom resultado cirúrgico foi atestado por esses autores em mulher de 23 anos, com flutter atrial e cardiomegalia, com aneurisma do átrio direito. Verificou-se nesta paciente boa evolução, em ritmo sinusal e sem sintomas após a correção efetuada. Desde esse início, tornou-se preconizada a conduta cirúrgica, tendo se estendido mesmo a pacientes assintomáticos, como procedimento eletivo e preventivo das complicações conhecidas.1,2 Seu diagnóstico durante a vida fetal tem orientado a conduta cirúrgica eletiva nos primeiros anos de vida.2,3 A evolução longa descrita em alguns casos não operados, com 69 e 88 anos de idade, não expressa benignidade em geral, como observado nesta doença com muitas complicações evolutivas.4,5
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