{"title":"CHA2DS2-VASc评分:它还能预测什么?","authors":"Adnaldo da Silveira Maia","doi":"10.36660/abc.20220672","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O trabalho realizado por Kalkan et al.,1 teve por objetivo avaliar o valor preditivo do escore CHA2DS2-VASc para o escore syntax residual (rSS) em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). 688 pacientes foram incluídos no estudo, os quais foram divididos em dois grupos a considerar o escore rSS: pontuação até 8: grupo de rSS baixo (grupo 1); pontuação acima de 8: grupo de rSS elevado (grupo 2). Na análise geral dos pacientes, houve diferença estatística com relação a idade, dislipidemia, níveis de hemoglobina e glicose, lesão coronariana culpada e o escore CHA2DS2-VASc (p<0,001). A análise individual dos componentes do escore em cada grupo, revelou diferença nos seguintes: hipertensão arterial sistêmica, idade ≥ 75 anos, diabetes mellitus e doença vascular. Ademais, regressão logística realizada pelos autores identificou artéria coronária direita e escore CHA2DS2-VASc como fatores independentes de rSS elevado. Desta forma, o estudo contribui para a discussão acerca da relevância do escore para predição do prognóstico de pacientes com rSS elevado no contexto de IAMCSST. No entanto, além desta importante casuística apresentada, outros trabalhos avaliaram a aplicabilidade do escore em contextos diferentes. Sen et al.,2 avaliaram o valor preditivo do escore CHADS2 e CHA2DS2-VASc em pacientes com doença arterial coronária crônica em subanálise do COMPASS trial. Foram incluídos no estudo, 18.278 pacientes, tendo como desfecho primário desta análise, a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores. Para ambos os escores avaliados, a ocorrência do desfecho primário foi superior à proporção da elevação dos mesmos. Além disso, a mortalidade por todas as causas, por causa cardiovascular, infarto e acidente vascular cerebral apresentaram diferença estatisticamente significativa para ambos os escores. De forma semelhante, Burgos et al.,3 em estudo retrospectivo compararam a performance dos escores CHA2DS2-VASc, HATCH e POAF na predição de fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. 3113 pacientes foram incluídos, entre os quais, cirurgia de revascularização miocárdica (45%), cirurgia valvar (24%), cirurgia combinada (15%) e outros procedimentos (16%) perpassaram a análise. Todos os escores revelaram boa performance na predição de fibrilação atrial no contexto de pósoperatório, sendo, segundo os autores, o escore CHA2DS2-VASc foi aquele com melhor poder discriminativo para fibrilação atrial. Ainda neste âmbito, Tasbulak et al.,4 avaliaram em estudo retrospectivo de caso-controle com 280 pacientes a aplicabilidade dos escore CHA2DS2-VASc na detecção de oclusão dos enxertos utilizados na cirurgia de revascularização miocárdica. Considerou-se como falha dos enxertos, a presença de 70% ou mais de estenose bem como oclusão evidenciada à cinecoronarioangiografia. Na descrição geral dos pacientes, observou-se diferença estatística àqueles com hipertensão arterial sistêmica (p=0,004), diabetes mellitus (p=0,0001), níveis de creatinina (p=0,0001) e nos valores dos escores CHADS2 e CHA2DS2-VASc (0,0001). Regressão logística foi realizada para identificar fatores associados à falha dos enxertos, onde o escore CHA2DS2-VASc foi identificado como fator independente (OR 2,28) (95% IC 1,02-5,09).","PeriodicalId":8399,"journal":{"name":"Arquivos Brasileiros de Cardiologia","volume":"120 4","pages":"e20220672"},"PeriodicalIF":2.0000,"publicationDate":"2023-04-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10263420/pdf/","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"CHA2DS2-VASc Score: What More Can it Predict?\",\"authors\":\"Adnaldo da Silveira Maia\",\"doi\":\"10.36660/abc.20220672\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O trabalho realizado por Kalkan et al.,1 teve por objetivo avaliar o valor preditivo do escore CHA2DS2-VASc para o escore syntax residual (rSS) em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). 688 pacientes foram incluídos no estudo, os quais foram divididos em dois grupos a considerar o escore rSS: pontuação até 8: grupo de rSS baixo (grupo 1); pontuação acima de 8: grupo de rSS elevado (grupo 2). 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