{"title":"介绍-农村、水和森林人口的领土/领土档案:反霸权实践构成的进展和挑战","authors":"R. Camacho, José Sobreiro Filho","doi":"10.30612/RIET.V1I1.13323","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A educação, como fenômeno sócio-político-cultural, por excelência, é tema que atravessa este Dossiê e se evidencia, imprescindivelmente, na relação territórios-sujeitos. O território é, também, lócus, da materialização da educação desses sujeitos, pelo contrário, não há como se constituir a Educação do Campo, das Águas e das Florestas. A conquista e a resistência nos territórios é que possibilitam a criação e a reprodução da Educação. Estes territórios/territorialidades fazem parte da diversidade específica que forma o campo, as águas e as florestas, mas que, necessariamente, se articula com a totalidade das relações socioterritoriais (a luta de classes no capitalismo globalizado). Na perspectiva dialética, neste processo de relações multiescalares (local/global) é que os territórios/territorialidades se formam. Consideramos o lançamento dessa edição relevante, não somente pela função de sistematizar e difundir importantes referências acadêmicas sobre a temática do Dossiê -“Territórios/Territorialidades das Populações do Campo, das Águas e das Florestas: Avanços e Desafios na Constituição de Práxis Contra-Hegemônicas”- mas, sobretudo, porque ocorre em um trágico momento histórico de perda de direitos territoriais; de redução das oportunidades políticas; de esvaziamento cotidiano do significado da democracia; da amplifi cação e avanço da necropolítica levada a cabo pelo governo vigente em conluio com o capitalismo neoliberal; de ataque aos territórios e modos de vida que resistem a subordinação e/ou integração às verticalidades das lógicas hegemônicas do capitalismo globalizado; de transformação dos sujeitos populares organizados no campo, nas águas e nas fl orestas em possíveis terroristas; de instauração de um modelo único de desenvolvimento agrário/agrícola que condena a diversidade sócio-política-cultural-ambiental dos sujeitos/classes/grupos socioterritoriais do campo, das águas e das florestas, condenando-os a processos de pauperização e/ ou desterritorialização, por meio da imposição de uma razão hegemônica predatória respaldados por um suposto “Estado democrático de direito”.","PeriodicalId":197620,"journal":{"name":"Revista Interdisciplinar em Educação e Territorialidade – RIET","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Apresentação - Dossiê Territórios/territorialidades das populações do campo, das águas e das florestas: avanços e desafios na constituição de práxis contra-hegemônicas\",\"authors\":\"R. 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Apresentação - Dossiê Territórios/territorialidades das populações do campo, das águas e das florestas: avanços e desafios na constituição de práxis contra-hegemônicas
A educação, como fenômeno sócio-político-cultural, por excelência, é tema que atravessa este Dossiê e se evidencia, imprescindivelmente, na relação territórios-sujeitos. O território é, também, lócus, da materialização da educação desses sujeitos, pelo contrário, não há como se constituir a Educação do Campo, das Águas e das Florestas. A conquista e a resistência nos territórios é que possibilitam a criação e a reprodução da Educação. Estes territórios/territorialidades fazem parte da diversidade específica que forma o campo, as águas e as florestas, mas que, necessariamente, se articula com a totalidade das relações socioterritoriais (a luta de classes no capitalismo globalizado). Na perspectiva dialética, neste processo de relações multiescalares (local/global) é que os territórios/territorialidades se formam. Consideramos o lançamento dessa edição relevante, não somente pela função de sistematizar e difundir importantes referências acadêmicas sobre a temática do Dossiê -“Territórios/Territorialidades das Populações do Campo, das Águas e das Florestas: Avanços e Desafios na Constituição de Práxis Contra-Hegemônicas”- mas, sobretudo, porque ocorre em um trágico momento histórico de perda de direitos territoriais; de redução das oportunidades políticas; de esvaziamento cotidiano do significado da democracia; da amplifi cação e avanço da necropolítica levada a cabo pelo governo vigente em conluio com o capitalismo neoliberal; de ataque aos territórios e modos de vida que resistem a subordinação e/ou integração às verticalidades das lógicas hegemônicas do capitalismo globalizado; de transformação dos sujeitos populares organizados no campo, nas águas e nas fl orestas em possíveis terroristas; de instauração de um modelo único de desenvolvimento agrário/agrícola que condena a diversidade sócio-política-cultural-ambiental dos sujeitos/classes/grupos socioterritoriais do campo, das águas e das florestas, condenando-os a processos de pauperização e/ ou desterritorialização, por meio da imposição de uma razão hegemônica predatória respaldados por um suposto “Estado democrático de direito”.