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A vivencia nao conecta os individuos a vida da comunidade, a tradicao, e nisso reside sua pobreza. Pobreza de experiencia e, portanto, pobreza cultural, carencia de perspectivas mais amplas que possam apoiar uma avaliacao significativa das vivencias; em suma, incapacidade de aprender. Diante desse contexto, o presente ensaio busca enfatizar o impacto negativo da pobreza de experiencia a constituicao da subjetividade do individuo contemporâneo e assinalar a possibilidade de fazer frente a esse quadro de empobrecimento a partir de uma ideia de educacao voltada a formacao integral, que, mesmo diante do apelo crescente do conhecimento tecnico-cientifico especializado, nao abra mao do ensino das humanidades. Nessa linha, defende-se a tese de que as disciplinas de formacao humanistica, como Artes, Literatura, Filosofia, cumprem um papel de destaque no desenvolvimento das condicoes necessarias a realizacao de experiencias, no sentido especifico descrito por Benjamin. 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DECLÍNIO DA EXPERIÊNCIA E OS DESAFIOS EDUCACIONAIS: UMA ABORDAGEM A PARTIR DE WALTER BENJAMIN
Walter Benjamin fala da experiencia (Erfahrung) como sendo o tipo de sabedoria que resulta do encontro de praticas individuais com o horizonte de sentido fornecido pela vida comunitaria. Mas esse encontro tem se tornado mais dificil a partir do desenvolvimento da sociedade capitalista moderna. As novas dinâmicas de trabalho, somadas ao ritmo acelerado da vida urbana, favorecem o isolamento dos individuos e deturpam sua capacidade de filtrar, significativamente, os eventos que se acumulam no cotidiano. Muitas coisas acontecem, mas muito pouco permanece desses acontecimentos. A experiencia da lugar, assim, a mera vivencia (Erlebnis). Diferentemente da experiencia, que se articula a partir do fundo significativo de uma comunidade e se torna significativa em relacao a ela, a vivencia se constitui como um momento privado. A vivencia nao conecta os individuos a vida da comunidade, a tradicao, e nisso reside sua pobreza. Pobreza de experiencia e, portanto, pobreza cultural, carencia de perspectivas mais amplas que possam apoiar uma avaliacao significativa das vivencias; em suma, incapacidade de aprender. Diante desse contexto, o presente ensaio busca enfatizar o impacto negativo da pobreza de experiencia a constituicao da subjetividade do individuo contemporâneo e assinalar a possibilidade de fazer frente a esse quadro de empobrecimento a partir de uma ideia de educacao voltada a formacao integral, que, mesmo diante do apelo crescente do conhecimento tecnico-cientifico especializado, nao abra mao do ensino das humanidades. Nessa linha, defende-se a tese de que as disciplinas de formacao humanistica, como Artes, Literatura, Filosofia, cumprem um papel de destaque no desenvolvimento das condicoes necessarias a realizacao de experiencias, no sentido especifico descrito por Benjamin. O ensaio, de cunho bibliografico-hermeneutico, se apresenta como uma contribuicao para pensar nos atuais desafios educacionais. Palavras-chave: Experiencia. Pobreza de experiencia. Walter Benjamin. Educacao. Educacao humanistica.