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INTERSECCIONALIDADE ENTRE GÊNERO, CLASSE E DIAGNÓSTICO: PRÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NO CAPS
Pautando-se na construção da loucura e dos métodos de tratamento e atenção à saúde mental, discute-se neste trabalho como o gênero está interseccionado aos marcadores sociais da diferença de classe e diagnóstico no processo de construção social da normalidade em saúde mental e, por consequência, dos tratamentos em um Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II. Analisamos, neste contexto, como a intersecção entre tais marcadores sociais produz subjetividades e identidades na relação com a instituição. Utilizando-se da Análise do Discurso Dialógico do Círculo de Bakhtin, do feminismo interseccional, de análises históricas sobre processos patológicos, e registros documentais, investiga-se o assujeitamento e despotencialização política de sujeitos, que destituem a ideia de uma mulher diversa, assim como resultam na perpetuação dos modelos históricos constituídos pelo patriarcado e pela psiquiatria tradicional, que permanecem gerando opressão e discriminação de minorias, principalmente quando a psiquiatria captura os processos de tratamento restringindo-o ao biomédico, e desconsidera as dimensões sociais que envolvem a subjetividade.