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Portanto, partindo da interrogação acerca dos efeitos de uma cidade excitada pela homossexualidade, objetiva-se analisar de que modo a experiência urbana de homens gays cisgêneros tem sido abordada na literatura científica. Para tanto, realizou-se revisão sistemática da literatura de artigos indexados no Portal de periódicos CAPES publicados até abril de 2020. Ao longo dos anos, o tema cresce em número de publicações. Demonstrou ser majoritariamente desenvolvido nas Ciências Humanas, a partir de abordagem qualitativa. Há predomínio de pesquisadores do sexo masculino, os quais realizam imersão em campo. Dois eixos de análise condensam as principais discussões desses artigos: (1) Gestão das Diferenças na cidade; e (2) Homossociabilidade e fragmentação das experiências urbanas. O primeiro, aborda a articulação entre os processos de generificação-gentrificação dos espaços e os marcadores sociais da diferença: espaços públicos, estabelecimentos comerciais/de consumo/de lazer e ambientes virtuais apresentam diferentes graus de abertura à gestão das diferenças na cidade. O segundo, explora as próprias relações homossexuais mediadas por normas sociais e relações de poder, revelando uma homossexualidade estilhaçada em diversos estereótipos. 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Experiência Urbana Gay na Cidade: uma Revisão Sistemática
A experiência urbana nas cidades contemporâneas consiste em um tema que atrai o interesse de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, movidos pelo compromisso ético-político de enfrentamento às racionalidades e discursos que corroboram para o esvaziamento da experiência urbana e reforçam mecanismos de exclusão nas cidades, disciplinarização, higienização, homogeneização e segregação dos corpos considerados abjetos e indesejáveis. Nesse campo, a experiência urbana de homens gays, entretanto, é um tema ainda pouco explorado, apesar de demonstrar ser capaz de produzir modos de subjetivação na cidade, subverter e ressignificar os usos esperados dos espaços. Portanto, partindo da interrogação acerca dos efeitos de uma cidade excitada pela homossexualidade, objetiva-se analisar de que modo a experiência urbana de homens gays cisgêneros tem sido abordada na literatura científica. Para tanto, realizou-se revisão sistemática da literatura de artigos indexados no Portal de periódicos CAPES publicados até abril de 2020. Ao longo dos anos, o tema cresce em número de publicações. Demonstrou ser majoritariamente desenvolvido nas Ciências Humanas, a partir de abordagem qualitativa. Há predomínio de pesquisadores do sexo masculino, os quais realizam imersão em campo. Dois eixos de análise condensam as principais discussões desses artigos: (1) Gestão das Diferenças na cidade; e (2) Homossociabilidade e fragmentação das experiências urbanas. O primeiro, aborda a articulação entre os processos de generificação-gentrificação dos espaços e os marcadores sociais da diferença: espaços públicos, estabelecimentos comerciais/de consumo/de lazer e ambientes virtuais apresentam diferentes graus de abertura à gestão das diferenças na cidade. O segundo, explora as próprias relações homossexuais mediadas por normas sociais e relações de poder, revelando uma homossexualidade estilhaçada em diversos estereótipos. A concentração em cidades metropolitanas, nos espaços e momentos de lazer/divertimento ou em usos mediados pelo consumo são algumas limitações desses estudos, ao reforçarem um modelo global de gay, descarrilhado das experiências cotidianas.