Juliane de Oliveira Silva, Luiz Henrique Bastos da Silva
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O feminino é abordado a partir da dicotomia castrado/não castrado, revelando um funcionamento fálico-narcísico, de horror à castração e repúdio à feminilidade. O registro psíquico da feminilidade confronta-se com o registro fálico, escancarando inscrições pulsionais primitivas, que muitas vezes se encontram escondidas por defesas onipotentes. O recurso da violência se coloca como uma reação defensiva primitiva frente à realidade da castração, cujo alvo encarna no ser castrado: sujeitos, homens e mulheres, atacam as mulheres visando destruir sua própria feminilidade. A experiência feminina perpassa a diversidade, uma vez que o processo de se tornar mulher revela inúmeras possibilidades de exercício da mulheridade. 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Feminilidade como Máscara: Uma Leitura Psicanalítica de Cersei em Game of Thrones
Este trabalho teve como objetivo analisar os sentidos possíveis para o feminino a partir da personagem Cersei do seriado Game of Thrones. Utilizou-se o método psicanalítico, através das técnicas de observação psicanalítica, diário clínico, leitura dirigida pela escuta e transferência do pesquisador ao texto. Cersei se apresenta como mascarada, uma vez que se recobre com as representações da mãe e da puta. A máscara feminina pode ser entendida como um signo fálico que confere valor e aceitação em uma sociedade falocêntrica e patriarcal. A máscara estaria ancorada na performance, e não na singularidade e no reconhecimento de si. Assim, na medida em que as mulheres lançam mão desse artifício para se estabelecerem, reinvestem o mesmo sistema que significa o feminino enquanto depreciado. O feminino é abordado a partir da dicotomia castrado/não castrado, revelando um funcionamento fálico-narcísico, de horror à castração e repúdio à feminilidade. O registro psíquico da feminilidade confronta-se com o registro fálico, escancarando inscrições pulsionais primitivas, que muitas vezes se encontram escondidas por defesas onipotentes. O recurso da violência se coloca como uma reação defensiva primitiva frente à realidade da castração, cujo alvo encarna no ser castrado: sujeitos, homens e mulheres, atacam as mulheres visando destruir sua própria feminilidade. A experiência feminina perpassa a diversidade, uma vez que o processo de se tornar mulher revela inúmeras possibilidades de exercício da mulheridade. Dessa forma, a busca da identidade feminina revela um descentramento do sujeito que busca um novo modo de estar no mundo, através da admissão da feminilidade.