Rebeca Fernandes Ferreira Lima, Letícia Sant’Ana Herzog, E. M. Rosa
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Utilizaram- se estatísticas descritivas de frequência absoluta e porcentagem para analisar os dados de caracterização da população e a abordagem de estudo de casos múltiplos para analisar as narrativas de história de vida e relações com a rede de apoio. Os resultados mostraram que as adolescentes (13-18 anos) eram pardas ou negras, inseridas nas escolas, mesmo embora apresentassem defasagem escolar e histórico de institucionalização. Nas famílias, vivenciaram dificuldades financeiras, conflitos e sofreram violência física, psicológica e sexual. Condições estas que foram relacionadas ao apoio recebido dos seus amigos, que lhes oferecem suporte financeiro e emocional, ajudando-as a superar as adversidades. Assim, embora sejam espaços onde as adolescentes podem angariar recursos, a escola, a instituição e, de forma alternativa, a rua foram retratadas pelo preconceito, discriminação e violência. Frente ao amplo contexto de vulnerabilidade e suas implicações, torna-se necessário investir em programas e intervenções específicos para as necessidades das adolescentes em situação de rua. Em especial, com foco na garantia de acesso à educação e um melhor atendimento baseado em ações não julgadoras que promovam cuidado e apoio psicossocial. Destaca-se, portanto, a importância do fortalecimento dos vínculos com a rede de apoio no processo de enfrentamento da situação de rua.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"52 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Perfil Sociodemográfico e Rede de Apoio das Adolescentes em Situação de Rua\",\"authors\":\"Rebeca Fernandes Ferreira Lima, Letícia Sant’Ana Herzog, E. M. 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Perfil Sociodemográfico e Rede de Apoio das Adolescentes em Situação de Rua
Este estudo teve como objetivo descrever a trajetória de vida e a rede de apoio de nove adolescentes do sexo feminino em situação de rua. Especificamente, (a) caracterizou-se o perfil sociodemográfico e econômico; (b) a experiência de vida na rua; e (c) a rede de apoio das participantes, identificando os recursos e vulnerabilidades nos contextos da família, escola, amigos, instituição e rua. Essas questões foram acessadas por meio de uma entrevista estruturada sobre a história de vida e relacionamentos com a rede de apoio das adolescentes, a qual foi respondida individualmente nos serviços de proteção onde foram recrutadas. Utilizaram- se estatísticas descritivas de frequência absoluta e porcentagem para analisar os dados de caracterização da população e a abordagem de estudo de casos múltiplos para analisar as narrativas de história de vida e relações com a rede de apoio. Os resultados mostraram que as adolescentes (13-18 anos) eram pardas ou negras, inseridas nas escolas, mesmo embora apresentassem defasagem escolar e histórico de institucionalização. Nas famílias, vivenciaram dificuldades financeiras, conflitos e sofreram violência física, psicológica e sexual. Condições estas que foram relacionadas ao apoio recebido dos seus amigos, que lhes oferecem suporte financeiro e emocional, ajudando-as a superar as adversidades. Assim, embora sejam espaços onde as adolescentes podem angariar recursos, a escola, a instituição e, de forma alternativa, a rua foram retratadas pelo preconceito, discriminação e violência. Frente ao amplo contexto de vulnerabilidade e suas implicações, torna-se necessário investir em programas e intervenções específicos para as necessidades das adolescentes em situação de rua. Em especial, com foco na garantia de acesso à educação e um melhor atendimento baseado em ações não julgadoras que promovam cuidado e apoio psicossocial. Destaca-se, portanto, a importância do fortalecimento dos vínculos com a rede de apoio no processo de enfrentamento da situação de rua.