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PODER CORPORATIVO E AÇÃO ECONÔMICA: reflexões a partir da mineração de ferro
O trabalho discute a noção de poder corporativo a partir da comparação de três contextos mineradores em Minas
Gerais, entre 2010 e 2015. A discussão teórica mobiliza criticamente os usos da categoria na geografia econômica
(centrada no modelo de Redes Globais de Produção) e na sociologia econômica, destacando problemas teóricos
e analíticos. Assim, defende uma perspectiva tridimensional (Lukes, 2005), capaz de integrar as formas externa
(aberta e fechada) e interna de seu exercício; e um enquadramento relacional e positivo do poder, do qual emergem
efeitos restritivos e extensivos em situações de interação entre agentes econômicos e não econômicos. A comparação
dos casos da Anglo American/ Conceição do Mato Dentro (CMD), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)/
Congonhas e Vale/ Itabira utilizou predominantemente a observação direta e entrevistas semiestruturadas, permitindo
verificar que: i. em Congonhas, a expansão em um contexto brownfield impulsionou formas de contestação
que desafiaram institucionalmente (1ª dimensão) a CSN; ii. o impedimento à ascensão como questão pública (2ª
dimensão) dos conflitos configurou a ação econômica nas condições greenfield de CMD, restringindo o exercício
das formas institucional e coletiva de poder; e iii. o fim de ciclo mineral em Itabira permitiu a extensão do poder
corporativo a uma dimensão interna, mobilizando subjetivamente (3ª dimensão) a adesão individual e coletiva e
produzindo um regime de consenso desfavorável à contestação.
Palavras-chave: Ação econômica. Poder corporativo. Corporação transnacional (CTN). Mineração de ferro.