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Depressão: Doença, Sintoma, Estrutura ou Mal-Estar Contemporâneo?
O presente artigo realizou uma revisão de literatura acerca do tema depressão, percorrendo as articulações teóricas desenvolvidas ao longo do século XX e início do século XXI. Diante da vasta literatura disponível, não se almejou estabelecer verdades universais sobre a depressão. Foi possível observar que a temática da depressão suscita, ainda hoje, diferentes elaborações teóricas, visto que o quadro é por vezes definido como uma doença, um sintoma, uma estrutura ou ainda um mal-estar contemporâneo. A depressão é um diagnóstico recorrente na contemporaneidade e diversos estudos foram realizados na tentativa de entender esta forma de sofrimento, abrindo a discussão sobre o estatuto desse diagnóstico. Partimos das concepções de Freud ao diferenciar a depressão da melancolia e encaminhamos a discussão através das proposições de Lacan que aproxima a depressão a uma espécie de frouxidão moral. A partir daí, conversamos com autores contemporâneos que situam o sofrimento depressivo em uma manifestação primitiva do psiquismo, anterior aos processos de simbolização e ao Édipo. Além disso, associam a depressão aos fatores do mundo capitalista, no qual a aceleração do tempo e a falência paterna são determinantes para a manifestação do sofrimento.