Nietzsche, Cura & Psicanálise

QUATRO DE ABRIL DE DOIS MIL E DEZOITO. Dezessete e trinta. Auditório do Instituto Sedes Sapientiae. É dois mil e dezoito. O evento era Nietzsche sob o interesse da Psicanálise: trieb, inconsciente e “cura”. Muitos já haviam falado. Muitos já haviam se calado. Aline Turnowski já havia falado, apresentando o evento. Eduardo já havia falado, situando nossa leitura do Núcleo: a partir de que águas as convidadas navegariam para onde quisessem, para mexer com nosso barco mesmo. Scarlett Marton já havia falado. O Comandante do Exército Brasileiro havia falado demais (um dia antes)1. Naquele exato momento, ministros do STF falavam os mais longos Sim’s ou Não’s da história deste país. O Não prevaleceu. Tempos de não, em nome do Bem. Não é mil, novecentos e sessenta e oito. Nietzsche morreu. O filósofo da afirmação, “filosofia é esse impulso tirânico mesmo”. Nas perguntas/diálogo com Scarlett, antes de Vera Warchavchick falar, um rapaz de verde – cor de esperança – fala: “Mas e a cura? O nome do evento é trieb, inconsciente e cura”. Scarlett desviou, cansada; foi pedido a ele para que esperasse a fala da Vera, que talvez nos trouxesse mais subsídios ainda para pensarmos a respeito. Ele não esperou. A pergunta ficou ao vento e ao relento. Ela é provocadora da Psicanálise, condensa a moral platônica-cristã do caminho ao Bem,