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DÊUTERO-ISAÍAS: A CRÍTICA ÀS IMAGENS COMO CRÍTICA À RELIGIÃO QUE LEGITIMA O PODER E A DOMINAÇÃO
O Dêutero-Isaías critica fortemente as imagens esculpidas em madeira, pedra, cerâmica, ou revestidas de prata, ouro, ou outro metal. Na Babilônia, eram abundantes e impressionantes, pressionando os exilados a abandonarem YHWH pela grandiosidade delas, dos cultos e performances do imperador, representando Marduk. Imagens, templos e procissões mostravam a força do império e podiam cooptar simbólica e ideologicamente os exilados, pois articulavam e legitimavam a dominação imperial. A crítica Dêutero-Isaiana pode ensejar uma compreensão não doutrinária, não dogmática e não colonialista das imagens e do monoteísmo. As imagens – e a religião babilônica – são combatidas por suas funções sociorreligiosas. E o monoteísmo que ali nasce, depreende-se da compreensão de que a única divindade verdadeira, independente de seu nome ou religião a ela vinculada, é aquela que, em seu contexto e época, se faz presença solidária, humanizadora junto às pessoas que lutam contra a dominação, a escravização e a opressão.