Olivia Pires Coelho, F. O. Canavieira, Sílvio Gallo
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No dia oito de março de 2020 o chefe do Executivo de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul assinava o Decreto Municipal nº 7.434, proibindo o acesso ou permanência de crianças em locais públicos durante o estado de calamidade pública que se alastrava pelo Brasil devido à pandemia de Covid-19, este é só um exemplo de um movimento mundial de invisibilidade infantil fantasiada de proteção. Mesmo nesse contexto, as crianças não foram priorizadas no esquema vacinal nos âmbitos municipal, estadual, federal e nem internacional. Este artigo tem como objetivo discutir questões relacionadas às crianças e suas infâncias através da lógica da decolonialidade, concedendo especial atenção à tutela e controle da infância em contexto de pandemia e confinamento, um estado exceção para as crianças privadas da ida às escolas e aos contextos de socialização de rua. Discutiremos brevemente, também, os conceitos acerca da governamentalidade analisados na obra de Michel Foucault: a soberania, o poder disciplinar, o biopoder e as técnicas de governo da população.