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A RECEPÇÃO DO VATICANO II NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO PELOS CARDEAIS ROSSI E ARNS
Próximo de completar sessenta anos da inauguração do Concílio Vaticano II, torna-se pertinente passar em revista como se processou sua recepção através de algumas lideranças episcopais no contexto brasileiro. A Arquidiocese de São Paulo à época figurava como uma das maiores da América Latina, liderada pelos cardeais Rossi e, posteriormente, Arns. As discussões sobre os pormenores desse contexto de grande efervescência social e histórica no espectro político brasileiro, bem como as publicações sobre a conjuntura no âmbito eclesial apresentam uma variedade que reverbera ainda nos dias atuais. As ações implementadas por Rossi e Arns, cada um a seu tempo, considerando os dez primeiros anos de realização do Vaticano II, revelavam o anseio em engendrar na instituição religiosa o ideário resultante dos documentos conciliares. Mediante a revisão de produções acadêmicas que versam sobre este assunto, objetiva-se refletir a sobre as articulações que os cardeais supracitados conduziram frente à Arquidiose de São Paulo, cuja intenção se assentava em recepcionar os princípios dos documentos conciliares. A divisão territorial da Arquidiocese paulista em Regiões Episcopais, formação de um laicato com vistas a envolve-los nas ações pastorais através das Missões do Povo de Deus, além da criação da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, da iniciativa da Operação Periferia e da fundação da Pastoral Operária, evidenciam a atuação dos cardeais compromissados com os princípios conciliares.