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Perceberemos que a branquitude, ou identidade racial branca, pode ser uma porta de entrada para encarar questoes da interseccionalidade que passam a ser melhor consideradas pelo feminismo como problemas relacionais, assim como um espaco afetivo-teorico onde se revelam questoes capazes de interpelar o conjunto de valores que determina o modelo universal de humanidade e brasilidade. O processo de discussao sobre relacoes raciais no feminismo pode ser uma genuina experiencia de formacao politica, como potente mobilizador de forcas de libertacao? Pesquisamos transformacoes nas subjetividades para expressar afetos contemporâneos em relacao aos quais os universos vigentes tornaram-se obsoletos. Trata-se da producao de ideias e de acoes capazes de fazer enfrentamento a todo pensamento colonizador das subjetividades. Sendo o feminismo uma filosofia pratica, e preciso intensificar suas crises ao ponto de gestar conceitos e praticas atualizados as estrategias feministas anti-coloniais.","PeriodicalId":146848,"journal":{"name":"Cultura, Resistência e Diferenciação Social","volume":"114 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"ANTI-COLONIZAR OS AFETOS DA BRANQUITUDE NO FEMINISMO BRASILEIRO\",\"authors\":\"Élida Lima de Almeida\",\"doi\":\"10.22533/AT.ED.0361928033\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo pretende instigar brevemente a critica de algumas formas pelas quais efeitos teoricos e afetos cotidianos da branquitude tem suscitado enfrentamentos e transformacoes no movimento de mulheres brasileiras nos ultimos anos, em especial na experiencia feminista interseccional. 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ANTI-COLONIZAR OS AFETOS DA BRANQUITUDE NO FEMINISMO BRASILEIRO
O artigo pretende instigar brevemente a critica de algumas formas pelas quais efeitos teoricos e afetos cotidianos da branquitude tem suscitado enfrentamentos e transformacoes no movimento de mulheres brasileiras nos ultimos anos, em especial na experiencia feminista interseccional. A teoria feminista tem produzido sistematicamente uma critica a masculinidade; deseja-se salientar que e necessario para o feminismo conectado ao cotidiano social alcancar uma critica as normativas raciais. O presente estudo percorre algumas herancas de um Brasil-colonia, assim como as atualizacoes de conceitos e praticas no feminismo marcadas pela intensificacao, na ultima decada, dos protagonismos e pautas do feminismo negro, que tem levado o feminismo interseccional a se deparar com sua branquitude. Perceberemos que a branquitude, ou identidade racial branca, pode ser uma porta de entrada para encarar questoes da interseccionalidade que passam a ser melhor consideradas pelo feminismo como problemas relacionais, assim como um espaco afetivo-teorico onde se revelam questoes capazes de interpelar o conjunto de valores que determina o modelo universal de humanidade e brasilidade. O processo de discussao sobre relacoes raciais no feminismo pode ser uma genuina experiencia de formacao politica, como potente mobilizador de forcas de libertacao? Pesquisamos transformacoes nas subjetividades para expressar afetos contemporâneos em relacao aos quais os universos vigentes tornaram-se obsoletos. Trata-se da producao de ideias e de acoes capazes de fazer enfrentamento a todo pensamento colonizador das subjetividades. Sendo o feminismo uma filosofia pratica, e preciso intensificar suas crises ao ponto de gestar conceitos e praticas atualizados as estrategias feministas anti-coloniais.