{"title":"母系社会父权制","authors":"Paulo Anós Té","doi":"10.18764/2595-1033v5n13.2022.24","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho pretende analisar, embora de forma preliminar, as relações entre matriarcado e patriarcado no contexto africano. O assunto sempre foi polêmico. Os dois sistemas trata-se de organizações sociais diferentes. No contexto africano, algumas literaturas mostram que o patriarcado precedeu a colonização, mas assumiu novos contornos com a invasão colonial, enquanto outras, embora reconheçam as desigualdades e assimetrias de gênero, apontam o patriarcado como resultado da invasão colonial europeia. Com as teorias evolucionistas, o matriarcado é descrito como a fase inferior da civilização humana, sendo considerado pela visão ocidental etnocêntrica, como um status de barbárie e de selvageria. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho descritivo e analítico, de caráter bibliográfico. Portanto, diferentemente da cosmovisão ocidental patriarcal, a ideia da filiação nas sociedades matrilineares calcula-se através da linha materna e não da linha paterna. Nelas as mulheres não estão associadas à sujeição, mas à estabilização econômica, à segurança da coletividade e aos guardiões das provisões. Nas sociedades onde o matriarcado não foi alterado pelo colonialismo, patriarcado e outros fatores exógenos, as mulheres continuam a ter grandes poderes e transmitem o direito público na sua sociedade.","PeriodicalId":369420,"journal":{"name":"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"MATRIARCADO VERUS PATRIARCADO\",\"authors\":\"Paulo Anós Té\",\"doi\":\"10.18764/2595-1033v5n13.2022.24\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente trabalho pretende analisar, embora de forma preliminar, as relações entre matriarcado e patriarcado no contexto africano. O assunto sempre foi polêmico. Os dois sistemas trata-se de organizações sociais diferentes. No contexto africano, algumas literaturas mostram que o patriarcado precedeu a colonização, mas assumiu novos contornos com a invasão colonial, enquanto outras, embora reconheçam as desigualdades e assimetrias de gênero, apontam o patriarcado como resultado da invasão colonial europeia. Com as teorias evolucionistas, o matriarcado é descrito como a fase inferior da civilização humana, sendo considerado pela visão ocidental etnocêntrica, como um status de barbárie e de selvageria. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho descritivo e analítico, de caráter bibliográfico. Portanto, diferentemente da cosmovisão ocidental patriarcal, a ideia da filiação nas sociedades matrilineares calcula-se através da linha materna e não da linha paterna. Nelas as mulheres não estão associadas à sujeição, mas à estabilização econômica, à segurança da coletividade e aos guardiões das provisões. Nas sociedades onde o matriarcado não foi alterado pelo colonialismo, patriarcado e outros fatores exógenos, as mulheres continuam a ter grandes poderes e transmitem o direito público na sua sociedade.\",\"PeriodicalId\":369420,\"journal\":{\"name\":\"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros\",\"volume\":\"29 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-12-20\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n13.2022.24\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n13.2022.24","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente trabalho pretende analisar, embora de forma preliminar, as relações entre matriarcado e patriarcado no contexto africano. O assunto sempre foi polêmico. Os dois sistemas trata-se de organizações sociais diferentes. No contexto africano, algumas literaturas mostram que o patriarcado precedeu a colonização, mas assumiu novos contornos com a invasão colonial, enquanto outras, embora reconheçam as desigualdades e assimetrias de gênero, apontam o patriarcado como resultado da invasão colonial europeia. Com as teorias evolucionistas, o matriarcado é descrito como a fase inferior da civilização humana, sendo considerado pela visão ocidental etnocêntrica, como um status de barbárie e de selvageria. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho descritivo e analítico, de caráter bibliográfico. Portanto, diferentemente da cosmovisão ocidental patriarcal, a ideia da filiação nas sociedades matrilineares calcula-se através da linha materna e não da linha paterna. Nelas as mulheres não estão associadas à sujeição, mas à estabilização econômica, à segurança da coletividade e aos guardiões das provisões. Nas sociedades onde o matriarcado não foi alterado pelo colonialismo, patriarcado e outros fatores exógenos, as mulheres continuam a ter grandes poderes e transmitem o direito público na sua sociedade.