Dimitri Marques Abramov, Paulo-de-Tarso De Castro Peixoto
{"title":"从人类的病态到城市的异质性","authors":"Dimitri Marques Abramov, Paulo-de-Tarso De Castro Peixoto","doi":"10.48075/aoristo.v5i2.29824","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O século XX trouxe uma ciência impossível: a ciência da mente. Esta ciência ignora os problemas semiológico, nosológico e sociocultural a ela inerentes e que a inviabilizam. Como resultado, observamos a criação de uma pandemia global de transtornos mentais, majoritariamente administrados através de psicofármacos. Em contraponto, o pensamento filosófico desafia esta logica desde Canguilhem, passando por Michel Foucault, Deleuze & Guattari, dentre tantos outros. E da Éticaespinosana dos afetos e afecções, nasceu a Heterogênese Urbana (HU), que tem como objeto original a revitalização criativa das potências humanas através do contato entre subjetividades diversas. Etimologicamente, “criação a partir e com a diversidade”. Com a circulação dos afetos, dos desejos, das ideias nos espaços públicos, a HU promove, fenomenologicamente, a expressão daquilo que, antes permanecia invisível e indizível face o silêncio da vida da cidade. Os campos de afetações intersubjetivo e intercorpóreo entre vidas tão distintas desloca e descola o olhar fundado na psicopatologia clássica para atravessar a vida da cidade pelas potências que cada indivíduo é capaz nas experiências coletivas.A HU denuncia a multicomplexidade do conceito “produção de saúde”, que apenas inicia-se nas práticas biomédicas, compreendendo todos os saberes para a construção do cidadão autônomo e afetivo.","PeriodicalId":383605,"journal":{"name":"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Da patologização do humano à heterogênese urbana\",\"authors\":\"Dimitri Marques Abramov, Paulo-de-Tarso De Castro Peixoto\",\"doi\":\"10.48075/aoristo.v5i2.29824\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O século XX trouxe uma ciência impossível: a ciência da mente. Esta ciência ignora os problemas semiológico, nosológico e sociocultural a ela inerentes e que a inviabilizam. Como resultado, observamos a criação de uma pandemia global de transtornos mentais, majoritariamente administrados através de psicofármacos. Em contraponto, o pensamento filosófico desafia esta logica desde Canguilhem, passando por Michel Foucault, Deleuze & Guattari, dentre tantos outros. E da Éticaespinosana dos afetos e afecções, nasceu a Heterogênese Urbana (HU), que tem como objeto original a revitalização criativa das potências humanas através do contato entre subjetividades diversas. Etimologicamente, “criação a partir e com a diversidade”. Com a circulação dos afetos, dos desejos, das ideias nos espaços públicos, a HU promove, fenomenologicamente, a expressão daquilo que, antes permanecia invisível e indizível face o silêncio da vida da cidade. Os campos de afetações intersubjetivo e intercorpóreo entre vidas tão distintas desloca e descola o olhar fundado na psicopatologia clássica para atravessar a vida da cidade pelas potências que cada indivíduo é capaz nas experiências coletivas.A HU denuncia a multicomplexidade do conceito “produção de saúde”, que apenas inicia-se nas práticas biomédicas, compreendendo todos os saberes para a construção do cidadão autônomo e afetivo.\",\"PeriodicalId\":383605,\"journal\":{\"name\":\"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics\",\"volume\":\"6 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-09-19\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.48075/aoristo.v5i2.29824\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48075/aoristo.v5i2.29824","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O século XX trouxe uma ciência impossível: a ciência da mente. Esta ciência ignora os problemas semiológico, nosológico e sociocultural a ela inerentes e que a inviabilizam. Como resultado, observamos a criação de uma pandemia global de transtornos mentais, majoritariamente administrados através de psicofármacos. Em contraponto, o pensamento filosófico desafia esta logica desde Canguilhem, passando por Michel Foucault, Deleuze & Guattari, dentre tantos outros. E da Éticaespinosana dos afetos e afecções, nasceu a Heterogênese Urbana (HU), que tem como objeto original a revitalização criativa das potências humanas através do contato entre subjetividades diversas. Etimologicamente, “criação a partir e com a diversidade”. Com a circulação dos afetos, dos desejos, das ideias nos espaços públicos, a HU promove, fenomenologicamente, a expressão daquilo que, antes permanecia invisível e indizível face o silêncio da vida da cidade. Os campos de afetações intersubjetivo e intercorpóreo entre vidas tão distintas desloca e descola o olhar fundado na psicopatologia clássica para atravessar a vida da cidade pelas potências que cada indivíduo é capaz nas experiências coletivas.A HU denuncia a multicomplexidade do conceito “produção de saúde”, que apenas inicia-se nas práticas biomédicas, compreendendo todos os saberes para a construção do cidadão autônomo e afetivo.