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(Im)possibilidade de mobilização subjetiva na clínica das patologias do trabalho: o caso das professoras readaptadas
A partir da constatação de que os estudos em clínica psicodinâmica do trabalho enfocam trabalhadores em situação de normalidade e não expressam, claramente, como a mobilização subjetiva ocorre a partir da escuta clínica, pretendeu-se, com este artigo, problematizar o conceito dejouriano de mobilização subjetiva em contexto de trabalhadores adoecidos. A pesquisa foi realizada com base no referencial teórico e metodológico da psicodinâmica do trabalho. Foram realizadas 22 sessões de clínica do trabalho com professoras readaptadas do Distrito Federal e os dados foram analisados conforme a técnica de análise clínica do trabalho. A mobilização subjetiva, como um processo de resgate do sentido e do prazer no trabalho, não foi possível de ser alcançada na clínica. Esse resultado se deve ao fato de o trabalho na readaptação se constituir em um trabalho morto, inclusive no sentido de contribuir para o isolamento e a exclusão dessas profissionais, levando ao desmoronamento dos laços sociais e à impossibilidade de uma mobilização coletiva potente o suficiente para mudar as questões estruturais desse não trabalho a que estão submetidas. Apesar de defender a impossibilidade de mobilização subjetiva em um trabalho morto, a grande contribuição da clínica do trabalho realizada foi no sentido de demonstrar a potência política da clínica do trabalho a partir de novos destinos que as professoras adoecidas puderam dar ao sofrimento.