R. Cechin, Fernanda Felicetti Perosa, Isabela Gimenes da Silva, R. Mendes, Kelen Regina Ascoli Baldi, Wanderson Adriano Biscola Pereira, Teane Milagres Augusto Gomes
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Cinco ovinos adultos da raça Texel, oriundos de duas propriedades do município de Concórdia (SC), apresentaram quadro clínico de dispneia e/ou ataxia, emagrecimento progressivo, seguido de morte e foram enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) para diagnóstico. Os animais foram submetidos à necropsia, sendo fragmentos de vários órgãos, incluindo pulmão e encéfalo, colhidos em formol 10% para análise histopatológica, e congelados para PCR. Em uma das propriedades, o sangue total de 11 ovinos foi colhido para detectar a circulação do vírus no rebanho. As amostras de tecido e sangue foram submetidas a técnicas distintas de extração de DNA e testadas por PCR convencional específica para o vírus de maedi-visna. Na necropsia, as principais lesões observadas nos ovinos foram: pulmões não colabados, de consistência elástica e hipocreptante (4/5); e encéfalo com hiperemia difusa e área focal de malácia na substância branca (1/5). Na histopatologia, foram descritos pneumonia intersticial linfocítica com proliferação nodular peribronquiolar de tecido linfóide em quatro animais, e encefalite não supurativa com malácia e células Gitter em um animal. As lesões anatomopatológicas foram compatíveis com a doença maedi-visna, e o diagnóstico confirmado por PCR de pulmão. \nDos 11 animais vivos avaliados, cinco amostras de papa de leucócitos tiveram resultado positivo através da PCR, confirmando a circulação do vírus no rebanho. As prováveis causas de introdução da doença no estado são pela aquisição de animais de regiões onde a doença já ocorre, assim como a possibilidade de transmissão através de sêmen ou embriões infectados. As medidas de prevenção e controle preconizadas tem o intuito de restringir a transmissão horizontal do vírus entre os animais, evitando o contato de animais sadios com animais infectados, principalmente o contato de ovelhas infectadas com seus borregos. A realização de testes de diagnóstico sensível como a PCR, em intervalos regulares, também é recomendada. Maedi-visna é uma enfermidade que carece de vacina e tratamento e, portanto, medidas eficazes de controle e prevenção são necessárias para evitar a disseminação no estado.","PeriodicalId":350533,"journal":{"name":"Boletim de Diagnóstico do Laboratório de Patologia Veterinária - IFC - Campus Concórdia","volume":"52 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Diagnóstico de maedi-visna em ovinos no estado de Santa Catarina\",\"authors\":\"R. Cechin, Fernanda Felicetti Perosa, Isabela Gimenes da Silva, R. 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Diagnóstico de maedi-visna em ovinos no estado de Santa Catarina
Maedi-visna é uma doença progressiva e multissistêmica que acomete ovinos, resultando em prejuízos socioeconômicos significativos, devido à mortalidade de animais e à possíveis barreiras comerciais. Esse trabalho teve por objetivo descrever a ocorrência do lentivírus que causa a maedi-visna em ovinos através da técnica de PCR convencional em amostras biológicas. Ao nosso conhecimento, a enfermidade nunca foi diagnosticada no estado de Santa Catarina. Cinco ovinos adultos da raça Texel, oriundos de duas propriedades do município de Concórdia (SC), apresentaram quadro clínico de dispneia e/ou ataxia, emagrecimento progressivo, seguido de morte e foram enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) para diagnóstico. Os animais foram submetidos à necropsia, sendo fragmentos de vários órgãos, incluindo pulmão e encéfalo, colhidos em formol 10% para análise histopatológica, e congelados para PCR. Em uma das propriedades, o sangue total de 11 ovinos foi colhido para detectar a circulação do vírus no rebanho. As amostras de tecido e sangue foram submetidas a técnicas distintas de extração de DNA e testadas por PCR convencional específica para o vírus de maedi-visna. Na necropsia, as principais lesões observadas nos ovinos foram: pulmões não colabados, de consistência elástica e hipocreptante (4/5); e encéfalo com hiperemia difusa e área focal de malácia na substância branca (1/5). Na histopatologia, foram descritos pneumonia intersticial linfocítica com proliferação nodular peribronquiolar de tecido linfóide em quatro animais, e encefalite não supurativa com malácia e células Gitter em um animal. As lesões anatomopatológicas foram compatíveis com a doença maedi-visna, e o diagnóstico confirmado por PCR de pulmão.
Dos 11 animais vivos avaliados, cinco amostras de papa de leucócitos tiveram resultado positivo através da PCR, confirmando a circulação do vírus no rebanho. As prováveis causas de introdução da doença no estado são pela aquisição de animais de regiões onde a doença já ocorre, assim como a possibilidade de transmissão através de sêmen ou embriões infectados. As medidas de prevenção e controle preconizadas tem o intuito de restringir a transmissão horizontal do vírus entre os animais, evitando o contato de animais sadios com animais infectados, principalmente o contato de ovelhas infectadas com seus borregos. A realização de testes de diagnóstico sensível como a PCR, em intervalos regulares, também é recomendada. Maedi-visna é uma enfermidade que carece de vacina e tratamento e, portanto, medidas eficazes de controle e prevenção são necessárias para evitar a disseminação no estado.