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Um olhar fenomenológico-existencial sobre o uso de drogas
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as concepções comuns acerca do uso de drogas e seus usuários, compreendidos na atualidade como portadores de uma “doença”: Dependência Química; e ainda sobre os tratamentos voltados a este público. Na reflexão que propomos, recorremos às tematizações realizadas por Martin Heidegger, uma vez que este filósofo, através da sua analítica do Dasein, desenvolveu uma compreensão de homem para além da cisão dominante que o representa como um sujeito encapsulado, apartado do mundo, com determinações prévias. Através da suspensão do que comumente se diz sobre o uso de drogas, buscamos compreender tal uso a partir do horizonte histórico em que ele se dá, cuja cadência dominante em nossa época, é a da máxima produtividade, do controle, da dominação, da exploração. É o que Heidegger se refere como a Era da Técnica, marcada por modos de ser compulsivos. Essa forma técnica de desvelamento do mundo, presente nas abordagens tradicionais científicas, reduz o homem apenas aos seus aspectos utilitários, perdendo de vista sua indeterminação originária e restringindo-o exclusivamente ao modo de ser técnico. Deixa assim escapar, aquilo que é mais essencial na compreensão dos fenômenos humanos a dimensão da própria existência.