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Ficcionalidade das narrativas parentais e a ética do cuidar em pediatria
Sustentado pela premissa psicanalítica de uma subjetividade aberta (Silva Junior, 1998/2019), esse artigo abordará a linguagem, a fala e teoria narrativa, ressaltando o aspecto narrativo, dinâmico, intersubjetivo e essencialmente ficcional de toda subjetividade. Abordaremos, especificamente, a narrativa parental sobre o adoecimento de um filho durante a internação em um hospital pediátrico, quando o terror da perda e da morte da criança se torna ponto de fratura das narrativas parentais, fazendo ruir toda ficcionalidade. Desta perspectiva, a experiência hospitalar é didática: da fenda aberta pelo adoecimento ressurge, em plena ebulição subjetiva, a potência do encontro, fonte de possíveis traumas e possíveis curas (Silva, 2007). Esse é um trabalho teórico-clínico, iluminado pela prática clínica hospitalar, que tem por objetivo favorecer que os profissionais de saúde reconheçam não apenas a potência ficcional das narrativas, mas a específica potência subjetiva das palavras que brotam ou se desfazem no encontro entre equipe de saúde, o paciente e a família e que, cientes dessa potência ontológica, se posicionem eticamente, atentos aos desdobramentos presentes e futuros de seus atos e palavras.