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Resultados: O escore médio total de estigma percebido foi de 98,56 em uma escala de 40 a 160, indicando uma forte tendência dos participantes a perceber sorofobia, tanto na comunidade quanto internalizada. A grande maioria dos avaliados (72%–95%) reportou esforços para ocultar a soropositividade, percebendo que a sua divulgação é arriscada e que pessoas com HIV são ostracizadas pela comunidade. Observou-se correlação negativa e significativa entre os escores de sorofobia e idade atual, mas não com renda, escolaridade, idade do diagnóstico de HIV, situação de moradia, vínculo empregatício e variáveis clínicas. Conclusões: os elevados níveis de sorofobia percebida por homens gays com HIV evidenciam a necessidade de estratégias de acolhimento e cuidado em saúde mental para esta população. 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Percepção de sorofobia entre homens gays que vivem com HIV
Contexto: A sorofobia ou estigma relacionado ao HIV é um fenômeno recorrente. Em populações histórica e socialmente marginalizadas, a prevalência tende a ser mais acentuada. O estigma associa-se a diversos desfechos negativos em saúde mental, interfere na testagem sorológica regular e compromete a adesão ao tratamento antirretroviral. Objetivo: o estudo visou avaliar a sorofobia percebida por homens gays que vivem com HIV/AIDS e verificar associações entre a sorofobia percebida e variáveis sociodemográficas e clínicas. Métodos: tratou-se de um estudo transversal com 138 homens gays, com média de idade de 36,12 anos. Utilizou-se questionário sociodemográfico/clínico e a Escala Berger de Estigmatização. Resultados: O escore médio total de estigma percebido foi de 98,56 em uma escala de 40 a 160, indicando uma forte tendência dos participantes a perceber sorofobia, tanto na comunidade quanto internalizada. A grande maioria dos avaliados (72%–95%) reportou esforços para ocultar a soropositividade, percebendo que a sua divulgação é arriscada e que pessoas com HIV são ostracizadas pela comunidade. Observou-se correlação negativa e significativa entre os escores de sorofobia e idade atual, mas não com renda, escolaridade, idade do diagnóstico de HIV, situação de moradia, vínculo empregatício e variáveis clínicas. Conclusões: os elevados níveis de sorofobia percebida por homens gays com HIV evidenciam a necessidade de estratégias de acolhimento e cuidado em saúde mental para esta população. Estudos futuros devem avaliar a eficácia de intervenções direcionadas à redução do estigma e de campanhas destinadas ao público em geral para desestigmatizar a doença.