responsabilidade do Grupo Folha por violações de direitos durante a ditadura

O artigo sistematiza reflexões de uma pesquisa em curso sobre a cooperação do Grupo Folha com a ditadura civil-militar (1964-1985) com o objetivo de tornar públicas as articulações e cumplicidade da empresa junto aos órgãos de repressão. Apresenta-se os esforços preliminares da investigação realizada no âmbito do Caaf/Unifesp e do Ministério Público Federal a partir de três eixos: I) Os ganhos econômicos por meio de incentivos públicos e da aquisição de empreendimentos enfraquecidos; II) O empréstimo de automóveis do jornal como disfarce para prisão de militantes; III) Prejuízo gerado a jornalistas demitidos por abandono de emprego quando se encontravam encarcerados pela ditadura. Procuramos, desta forma, gerar materialidades comprobatórias suficientes para avançar na elucidação de fatos ainda não devidamente esclarecidos, propiciando uma possível reparação histórica, sem precedentes no Brasil, sobre a colaboração de uma empresa de comunicação com a ditadura brasileira.