从职业的基础上建立职业知识:寻求认知正义和社会相关性的领域

IF 2.4 Q1 SOCIAL SCIENCES, INTERDISCIPLINARY Journal of Occupational Science Pub Date : 2023-11-02 DOI:10.1080/14427591.2023.2272317
Lilian Magalhães
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O que tento refletir é como validar formas de conhecimento corporificadas, subjetivas, holísticas e coletivas que sejam solidárias e construídas inclusivamente, criando um modelo de conhecimento verdadeiramente integrado, e ainda assim não arriscar o celebrado (e perseguido) status científico. Ao abordar estas questões, aponto para a interligação entre colonização e ciência, e para um processo cientifico que tem largamente desconsiderado as metodologias de conhecimento indígena, o conhecimento artesanal, a intersecção de pensamentos e sentimentos, e a ciencia nativa (ciência nativa), para citar alguns. Coloco também questões desafiadoras sobre se apoiamos os cientistas ocupacionais enquanto eles tentam consolidar novas linhas desafiadoras de investigação, alem de tentar compreender quantos compromissos devemos aceitar para alcançar um estatuto científico que seja semelhante a campos bem estabelecidos.PALAVRAS CHAVE: Ciência ocupacionalprojeto decolonialSul Globaljustiça cognitivaThis article is a translation of:Building knowledge of occupation from the ground up: A field in search of epistemic fairness and social relevance Reconhecimento da territorialidadeEu reconheço que as/os participantes da Conferência Mundial Inaugural de Ciência Ocupacional, que se reuniram em Vancouver, Canadá, vieram de vários locais que eles e elas chamam de lar. Eles e elas se encontraram em local que foi o território tradicional, ancestral e não demarcado dos povos de Coast Salish, incluindo os territórios das nações Musqueam, Squamish e Tsleil-Waututh. Além de prestar meus respeitos aos Povos Originários deste solo e minha apreciação por sua autodeterminação e contínuo cuidado em proteger esta terra, quero acrescentar que precisamos ir além das palavras e encontrar formas concretas de obter ações significativas, buscando mudanças. Também gostaria de prestar meu reconhecimento pois tenho trabalhado na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, Brasil, construída em território onde dois povos enfrentaram atrocidades. A terra era habitada pelos Guaranis, Tupis e o povo Terena, nações tradicionais indígenas que tiveram suas terras roubadas e foram dizimados pelos colonizadores. Até esta data, estes crimes jamais foram reconhecidos pelo governo e pela sociedade brasileira. Também reconheço que São Carlos foi palco importante no tráfico de pessoas escravizadas no Brasil. Milhares de vidas foram marcadas por um trauma histórico que deve ser sempre lembrado, para que nunca se repita. Além disso, gostaria de prestar minhas condolências aos familiares e amigos de quase 700.000 brasileiros que perderam suas vidas para a COVID-19, pela negligência das autoridades federais. Meus sentimentos sinceros a todos e todas que perderam seus entes queridos nessa crise de saúde planetária, que deixou claro como as disparidades sociais operam para distribuir a vida e a morte, de acordo com os determinantes sociais.Declaração de conflito de interesseA autora declara não haver conflitos de interesse.Declaração de traduçãoEste artigo foi traduzido para o português por Leonardo Planel Lugarinho e Sheila Paula da Silva Ferreira, tradutores profissionais brasileiros, em consulta com a autora, após análise, revisão e aceitação para publicação no Journal of Occupational Science. Acesse a versão em inglês via https://www.tandfonline.com/journals/rocc20.Notes1 A apresentação originalmente foi redigida em inglês, para ser lida na Conferência. Na tradução para o português, carinhosamente preparada por Leonardo Planel Lugarinho e Sheila Paula da Silva Ferreira, o tom coloquial e algumas expressões foram grandes desafios. Buscamos garantir que o texto fluísse, mas reconhecemos que talvez certas passagens provoquem estranheza, pois traduções literais nem sempre fazem sentido e buscamos soluções que garantissem a compreensão do conteúdo.2 Sempre que possível evitei o uso do masculino genérico, sobretudo nos casos em que, sabidamente, falei de grupos nos quais as mulheres estão em maior número.3 A expressão embodied tem várias traduções possíveis, mas corporificado me parece a mais adequada ao tema discutido.4 Reparem que evitei a palavra disciplina, que provavelmente iria situar nosso trabalho dentro de um sistema que excluiria, ao invés de incluir, diferentes formas de conhecimento.5 Notem que os italianos colocam ênfase no efeito da graça estar localizada nas ações dos outros sobre nós. 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Além disso, gostaria de prestar minhas condolências aos familiares e amigos de quase 700.000 brasileiros que perderam suas vidas para a COVID-19, pela negligência das autoridades federais. Meus sentimentos sinceros a todos e todas que perderam seus entes queridos nessa crise de saúde planetária, que deixou claro como as disparidades sociais operam para distribuir a vida e a morte, de acordo com os determinantes sociais.Declaração de conflito de interesseA autora declara não haver conflitos de interesse.Declaração de traduçãoEste artigo foi traduzido para o português por Leonardo Planel Lugarinho e Sheila Paula da Silva Ferreira, tradutores profissionais brasileiros, em consulta com a autora, após análise, revisão e aceitação para publicação no Journal of Occupational Science. Acesse a versão em inglês via https://www.tandfonline.com/journals/rocc20.Notes1 A apresentação originalmente foi redigida em inglês, para ser lida na Conferência. 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请注意,意大利人强调恩典的影响在于他人对我们的行为。他们所说的grazzie的意思是“我接受他的恩典”。
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Construindo conhecimento sobre ocupação a partir de seus fundamentos: um campo em busca de justiça epistêmica e relevância social
ABSTRACTNesta fala de abertura da primeira Conferência Mundial de Ciência Ocupacional, compartilho algumas das questões com as quais tenho me debatido, na esperança de que outros talvez apontem para alternativas na forma como procuramos soluções para o péssimo contexto global em que nos encontramos em 2022. As questões dizem respeito ao fato de identificar se as sociedades contemporâneas precisam do conhecimento que a ciência ocupacional está gerando, ou seja, se ele é útil para explicar as mudanças, padrões emergentes, riscos, conflitos, e inequidades perturbam as sociedades. Podemos ser relevantes para a mudança social? O que tento refletir é como validar formas de conhecimento corporificadas, subjetivas, holísticas e coletivas que sejam solidárias e construídas inclusivamente, criando um modelo de conhecimento verdadeiramente integrado, e ainda assim não arriscar o celebrado (e perseguido) status científico. Ao abordar estas questões, aponto para a interligação entre colonização e ciência, e para um processo cientifico que tem largamente desconsiderado as metodologias de conhecimento indígena, o conhecimento artesanal, a intersecção de pensamentos e sentimentos, e a ciencia nativa (ciência nativa), para citar alguns. Coloco também questões desafiadoras sobre se apoiamos os cientistas ocupacionais enquanto eles tentam consolidar novas linhas desafiadoras de investigação, alem de tentar compreender quantos compromissos devemos aceitar para alcançar um estatuto científico que seja semelhante a campos bem estabelecidos.PALAVRAS CHAVE: Ciência ocupacionalprojeto decolonialSul Globaljustiça cognitivaThis article is a translation of:Building knowledge of occupation from the ground up: A field in search of epistemic fairness and social relevance Reconhecimento da territorialidadeEu reconheço que as/os participantes da Conferência Mundial Inaugural de Ciência Ocupacional, que se reuniram em Vancouver, Canadá, vieram de vários locais que eles e elas chamam de lar. Eles e elas se encontraram em local que foi o território tradicional, ancestral e não demarcado dos povos de Coast Salish, incluindo os territórios das nações Musqueam, Squamish e Tsleil-Waututh. Além de prestar meus respeitos aos Povos Originários deste solo e minha apreciação por sua autodeterminação e contínuo cuidado em proteger esta terra, quero acrescentar que precisamos ir além das palavras e encontrar formas concretas de obter ações significativas, buscando mudanças. Também gostaria de prestar meu reconhecimento pois tenho trabalhado na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, Brasil, construída em território onde dois povos enfrentaram atrocidades. A terra era habitada pelos Guaranis, Tupis e o povo Terena, nações tradicionais indígenas que tiveram suas terras roubadas e foram dizimados pelos colonizadores. Até esta data, estes crimes jamais foram reconhecidos pelo governo e pela sociedade brasileira. Também reconheço que São Carlos foi palco importante no tráfico de pessoas escravizadas no Brasil. Milhares de vidas foram marcadas por um trauma histórico que deve ser sempre lembrado, para que nunca se repita. Além disso, gostaria de prestar minhas condolências aos familiares e amigos de quase 700.000 brasileiros que perderam suas vidas para a COVID-19, pela negligência das autoridades federais. Meus sentimentos sinceros a todos e todas que perderam seus entes queridos nessa crise de saúde planetária, que deixou claro como as disparidades sociais operam para distribuir a vida e a morte, de acordo com os determinantes sociais.Declaração de conflito de interesseA autora declara não haver conflitos de interesse.Declaração de traduçãoEste artigo foi traduzido para o português por Leonardo Planel Lugarinho e Sheila Paula da Silva Ferreira, tradutores profissionais brasileiros, em consulta com a autora, após análise, revisão e aceitação para publicação no Journal of Occupational Science. Acesse a versão em inglês via https://www.tandfonline.com/journals/rocc20.Notes1 A apresentação originalmente foi redigida em inglês, para ser lida na Conferência. Na tradução para o português, carinhosamente preparada por Leonardo Planel Lugarinho e Sheila Paula da Silva Ferreira, o tom coloquial e algumas expressões foram grandes desafios. Buscamos garantir que o texto fluísse, mas reconhecemos que talvez certas passagens provoquem estranheza, pois traduções literais nem sempre fazem sentido e buscamos soluções que garantissem a compreensão do conteúdo.2 Sempre que possível evitei o uso do masculino genérico, sobretudo nos casos em que, sabidamente, falei de grupos nos quais as mulheres estão em maior número.3 A expressão embodied tem várias traduções possíveis, mas corporificado me parece a mais adequada ao tema discutido.4 Reparem que evitei a palavra disciplina, que provavelmente iria situar nosso trabalho dentro de um sistema que excluiria, ao invés de incluir, diferentes formas de conhecimento.5 Notem que os italianos colocam ênfase no efeito da graça estar localizada nas ações dos outros sobre nós. Por grazzie eles querem dizer ‘eu recebo sua graça’.
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Journal of Occupational Science SOCIAL SCIENCES, INTERDISCIPLINARY-
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A dynamic and critical approach to belonging as a dimension of occupation “It’s a fight with your mind”: Experiences and meaning of occupation among men detained in immigration removal centres within the United Kingdom Special Issue: Occupational Experiences and Transitions Exploring occupational participation and engagement during disaster through the lens of the Participatory Occupational Justice Framework “It’s a bit of a paradox, as she considers herself a feminist”: Tensions of doing household-related occupations as a young cis-heterosexual couple in France
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