Carolina Almeida Rode, Maria de Lourdes Trassi Teixeira
{"title":"在暴力的情况下主观化","authors":"Carolina Almeida Rode, Maria de Lourdes Trassi Teixeira","doi":"10.23925/2594-3871.2023v32i1p213-237","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Na pesquisa em questão, relaciona-se a violência de Estado com a criminalidade na vida dos adolescentes da periferia autores de atos infracionais, partindo do viés da Psicologia Social. Abordando a historicidade das violências estruturais no Brasil, enquanto configuração de um Estado democrático de exceção permanente - pela implementação de um projeto necropolítico -, o trabalho baseou-se em quatro eixos teóricos principais: a violência de Estado, a necropolítica, o racismo estrutural e os adolescentes autores de atos infracionais. Para pensar os efeitos psicossociais da segregação, da violência, do racismo e da criminalização da pobreza na construção da subjetividade dos adolescentes autores de atos infracionais, o trabalho teve como método a análise do livro “Memórias de um Sobrevivente”, de Luiz Alberto Mendes. As discussões abrangem o crime enquanto status e visibilidade; as análises de uma vida imersa em violência generalizada; e as torturas policiais em relação com a violência por vingança. Conclui-se que os estigmas aprisionam o sujeito em crenças de que ele só tem capacidade de ser o “marginal esperado”, quem reage violentamente como efeito psicossocial de uma violência estrutural que produz sujeitos agressivos. Assim, a criação de novas práticas de atuação em psicologia nas situações sociais críticas se faz imprescindível e urgente.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Subjetivar-se em situação de violência\",\"authors\":\"Carolina Almeida Rode, Maria de Lourdes Trassi Teixeira\",\"doi\":\"10.23925/2594-3871.2023v32i1p213-237\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Na pesquisa em questão, relaciona-se a violência de Estado com a criminalidade na vida dos adolescentes da periferia autores de atos infracionais, partindo do viés da Psicologia Social. Abordando a historicidade das violências estruturais no Brasil, enquanto configuração de um Estado democrático de exceção permanente - pela implementação de um projeto necropolítico -, o trabalho baseou-se em quatro eixos teóricos principais: a violência de Estado, a necropolítica, o racismo estrutural e os adolescentes autores de atos infracionais. Para pensar os efeitos psicossociais da segregação, da violência, do racismo e da criminalização da pobreza na construção da subjetividade dos adolescentes autores de atos infracionais, o trabalho teve como método a análise do livro “Memórias de um Sobrevivente”, de Luiz Alberto Mendes. As discussões abrangem o crime enquanto status e visibilidade; as análises de uma vida imersa em violência generalizada; e as torturas policiais em relação com a violência por vingança. Conclui-se que os estigmas aprisionam o sujeito em crenças de que ele só tem capacidade de ser o “marginal esperado”, quem reage violentamente como efeito psicossocial de uma violência estrutural que produz sujeitos agressivos. Assim, a criação de novas práticas de atuação em psicologia nas situações sociais críticas se faz imprescindível e urgente.\",\"PeriodicalId\":30262,\"journal\":{\"name\":\"Psicologia em Revista\",\"volume\":\"69 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-10-17\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Psicologia em Revista\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2023v32i1p213-237\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Psicologia em Revista","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2023v32i1p213-237","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Na pesquisa em questão, relaciona-se a violência de Estado com a criminalidade na vida dos adolescentes da periferia autores de atos infracionais, partindo do viés da Psicologia Social. Abordando a historicidade das violências estruturais no Brasil, enquanto configuração de um Estado democrático de exceção permanente - pela implementação de um projeto necropolítico -, o trabalho baseou-se em quatro eixos teóricos principais: a violência de Estado, a necropolítica, o racismo estrutural e os adolescentes autores de atos infracionais. Para pensar os efeitos psicossociais da segregação, da violência, do racismo e da criminalização da pobreza na construção da subjetividade dos adolescentes autores de atos infracionais, o trabalho teve como método a análise do livro “Memórias de um Sobrevivente”, de Luiz Alberto Mendes. As discussões abrangem o crime enquanto status e visibilidade; as análises de uma vida imersa em violência generalizada; e as torturas policiais em relação com a violência por vingança. Conclui-se que os estigmas aprisionam o sujeito em crenças de que ele só tem capacidade de ser o “marginal esperado”, quem reage violentamente como efeito psicossocial de uma violência estrutural que produz sujeitos agressivos. Assim, a criação de novas práticas de atuação em psicologia nas situações sociais críticas se faz imprescindível e urgente.