Marcos Andre Batista da Silva, José Lucas Freire Tavares, Juan Vitor Costa Leite, Amanda Fernandes Pereira, Hellen Bandeira de Pontes Santos, Mayra Sousa Gomes
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Foram analisadas as informações provenientes do Sistema de Informações de Registros Hospitalares de Câncer (SisRHC) do Instituto Nacional do Câncer (INCA), analisando as características clínicas, epidemiológicas e o prognóstico do Carcinoma Adenoide Cístico em glândulas salivares maiores e menores em região intraoral, em todo o território brasileiro, publicados no SisRHC. Foram analisadas variáveis como faixa etária, sexo, raça/cor da pele, escolaridade, Unidade Federal (UF) da unidade hospitalar, histórico familiar de câncer, histórico de tabagismo e etilismo, ano do diagnóstico, localização primária, estadiamento, estado da doença ao final do primeiro tratamento. Houve uma maior predileção pelo sexo feminino, maior frequência de casos em indivíduos de pele parda (31,3%) e branca (28,9%), e indivíduos entre 50-69 anos representaram a maioria dos pacientes (44,4%). Entre os principais locais da lesão, detectou-se que 26,4% dos casos acometeram a glândula parótida, o palato com 20,8% dos casos e 28,9% em outras glândulas salivares maiores. Sendo assim, é possível concluir que o CAC ainda possui o diagnóstico tardio, tendo um prognóstico desfavorável em 6,4% dos casos. O SUS é a principal via de encaminhamento dos casos. A queda nos números de novos casos aparenta ter relação com a subnotificação do sistema. 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CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO EM GLÂNDULAS SALIVARES: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE 15 ANOS NO BRASIL
O Carcinoma adenoide cístico (CAC) é uma neoplasia maligna relativamente comum em glândulas salivares, que se origina nas células epiteliais das glândulas secretoras de muco, particularmente, das glândulas salivares. Esta lesão merece destaque por apresentar crescimento invasivo e persistente, com alta tendência a recidivas locais e metástases à distância. Este artigo teve por objetivo apresentar os dados epidemiológicos de CAC no Brasil, entre 2006 e 2020. O estudo caracteriza-se como observacional, descritivo e baseado em dados retrospectivos. Foram analisadas as informações provenientes do Sistema de Informações de Registros Hospitalares de Câncer (SisRHC) do Instituto Nacional do Câncer (INCA), analisando as características clínicas, epidemiológicas e o prognóstico do Carcinoma Adenoide Cístico em glândulas salivares maiores e menores em região intraoral, em todo o território brasileiro, publicados no SisRHC. Foram analisadas variáveis como faixa etária, sexo, raça/cor da pele, escolaridade, Unidade Federal (UF) da unidade hospitalar, histórico familiar de câncer, histórico de tabagismo e etilismo, ano do diagnóstico, localização primária, estadiamento, estado da doença ao final do primeiro tratamento. Houve uma maior predileção pelo sexo feminino, maior frequência de casos em indivíduos de pele parda (31,3%) e branca (28,9%), e indivíduos entre 50-69 anos representaram a maioria dos pacientes (44,4%). Entre os principais locais da lesão, detectou-se que 26,4% dos casos acometeram a glândula parótida, o palato com 20,8% dos casos e 28,9% em outras glândulas salivares maiores. Sendo assim, é possível concluir que o CAC ainda possui o diagnóstico tardio, tendo um prognóstico desfavorável em 6,4% dos casos. O SUS é a principal via de encaminhamento dos casos. A queda nos números de novos casos aparenta ter relação com a subnotificação do sistema. Entre as regiões do Brasil, o Sudeste obteve maior número de casos, sendo São Paulo o Estado com maior incidência.