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Partindo de um olhar sobre Brasília, uma capital brasileira que se apresenta moderna desde sua concepção, este artigo visa à compreensão de uma cidade cujo urbanismo, arquitetura e arte resultam de uma série de ideias, valores, discursos e vontades determinadas por grupos dominantes. Tendo como base Mario Pedrosa e Ferreira Gullar como figuras centrais para a construção de uma historiografia crítica de Brasilia, busca-se rediscutir o processo de concepção e representação da capital no período de sua construção e inauguração no campo da arquitetura e das artes plásticas. Assim observamos o quanto e em que aspectos a concepção da capital foi manuseada à vista de se atender ao “gosto do freguês”. Neste caso, considerada as proporções, ao gosto de numerosos e variados fregueses, como as pretensões do júri da comissão julgadora, as predisposições de JK, e principalmente, o gosto do olhar internacional. Uma revisita deste percurso leva à identificação de ambiguidades, lacunas e razões de concessões e demandas atendidas; apresentando como em meio à qualidade estética e conceitual da cidade havia também um terreno fértil em contradições decorrentes dos agenciamentos que a envolveram, em parte não condizentes ao próprio projeto de modernidade almejada.